Poluição do ar causou 8,1 milhões de mortes em 2021 – EERBONUS
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Poluição do ar causou 8,1 milhões de mortes em 2021

A poluição do ar provocou 8,1 milhões de mortes em todo o mundo em 2021. O número corresponde a 12% do total de óbitos ocorridos no período, segundo o relatório Estado do Ar Global 2024.

O estudo apresentado nesta quarta-feira coloca em destaque a Índia, com 2,1 milhões de casos fatais, e a China, com 2,3 milhões. Os dois países concentram 54% da carga global total de doenças causadas pela poluição do ar.

Brasil

Pela análise da organização de pesquisa Health Effects Institute, HEI, em parceria com o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, cerca de 169,4 mil crianças com menos de cinco anos perderam a vida devido à poluição do ar no período examinado.

No total de mortes na faixa etária destacam-se ainda a Nigéria com 114 mil, o Paquistão com 68,1 mil, a Etiópia com 31,1 mil e Bangladesh com 19,1 mil casos fatais.

© Unsplash/Ella Ivanescu

Acima de 90% do total global das mortes por poluição do ar são provocadas pelas chamadas PM2,5

A publicação menciona o Brasil pelo aumento em mais de 10% nas exposições ao ozônio ambiental na última década, ao lado de países como Índia, Nigéria e Paquistão. 

Acima de 90% do total global das mortes por poluição do ar são provocadas pelas chamadas PM2,5. Estas partículas minúsculas são produzidas por carros, caminhões e aviões e compõem a fumaça de incêndios florestais. 

Poluição do ar, do ambiente e doméstica

A poluição do ar, do ambiente e doméstica matou 7,8 milhões de pessoas. Pelo diâmetro minúsculo de 2,5 micrômetros, estas substâncias permanecem nos pulmões e entram na corrente sanguínea, afetando vários sistemas orgânicos. 

A presença das PM2,5 pode aumentar os riscos de enfermidades crônicas em adultos, como doenças cardíacas, derrame, diabetes, câncer de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica.

Exposição alta por NO2 e a possível reação com outros produtos químicos na atmosfera pode produzir partículas poluentes e ozônio

Exposição alta por NO2 e a possível reação com outros produtos químicos na atmosfera pode produzir partículas poluentes e ozônio

As PM2,5 são consideradas o “precursor” mais consistente e preciso de dados precários da saúde em todo o mundo. De acordo com a presidente do HEI, Elena Craft, a expetativa é que a publicação Estado do Ar Global “forneça informações e inspiração para mudanças”.

A especialista destacou que a poluição do ar tem “enormes implicações para a saúde”, ao realçar que “já é sabido que melhorar a qualidade do ar e a saúde pública global é prático e possível”.

Controle de doenças crônicas 

Para a chefe de Saúde Global do HEI, Pallavi Pant, o novo relatório é um lembrete dos impactos significativos que a poluição do ar tem na saúde humana, “com muita carga suportada por crianças pequenas, populações mais velhas e países de baixa e média renda.”

Para a investigadora, esta realidade aponta a necessidade de fazer reformas para “dar uma oportunidade para cidades e países considerarem a qualidade do ar e a poluição do ar como fatores de alto risco ao desenvolver políticas de saúde e outros programas de prevenção e controle de doenças não transmissíveis.”

Presença das PM2,5 pode aumentar os riscos de enfermidades crônicas em adultos, como doenças cardíacas, derrame, diabetes ou câncer de pulmão

Presença das PM2,5 pode aumentar os riscos de enfermidades crônicas em adultos, como doenças cardíacas, derrame, diabetes ou câncer de pulmão

O relatório destaca o uso do poluente óxido de nitrogênio, NO2, comum em áreas urbanas, entre fatores que influenciam a saúde tal como as PM2.5, a poluição do ar doméstico pelo uso de combustíveis sólidos na cozinha e o ozônio troposférico.

Efeito da Covid-19 na carga global de doenças 

A exposição alta por NO2 e a possível reação com outros produtos químicos na atmosfera pode produzir partículas poluentes e ozônio e ditar o desenvolvimento da asma infantil. 

O primeiro relatório global que menciona o efeito da Covid-19 na carga global de doenças revela que a pandemia foi a segunda causa global de morte após a doença cardíaca isquêmica em 2021. 

O fato aconteceu pela primeira vez colocando a doença acima do acidente vascular cerebral, da doença pulmonar obstrutiva crônica e da doença respiratória inferior, para a qual a poluição do ar é um fator de alto risco.

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