O direitista ultraliberal Javier Milei tomou posse como presidente da Argentina neste domingo (10). Logo depois de receber a faixa presidencial, Milei discursou para milhares de apoiadores em frente ao Congresso e fez um retrato dramático do país. O presidente disse que nenhum governo recebeu uma herança pior do que ele recebe agora, citou índices econômicos e afirmou que não há dinheiro no país.
“A conclusão é que não há alternativa ao ajuste e ao choque. Naturalmente, isso impactará de modo negativo o nível de atividade, emprego, salário real e quantidade de pobres”, disse.
São esperados para esta segunda-feira (11) os primeiros anúncios de medidas do governo. A expectativa é de um pacote de ajuste fiscal duro, que inclua o corte de subsídios e investimentos e a desvalorização do peso. A economia é o principal desafio da Argentina hoje, com cerca de 40% da população na pobreza e inflação na casa dos 140% anuais.
Outras promessas de Milei que chamaram a atenção na campanha, como a dolarização da economia e o fechamento do Banco Central, devem levar mais tempo para sair do papel. Os sinais disso vieram na transição, quando o político moderou o tom em diversos pontos —inclusive sobre política externa e relações com o Brasil— e montou um gabinete com espaço para políticos tradicionais.
O Café da Manhã desta segunda fala das expectativas para o governo Javier Milei na Argentina. O economista Fabio Giambiagi, pesquisador da FGV Ibre, analisa que promessas o ultraliberal deve levar adiante e o que pode ganhar uma roupagem moderada.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Magê Flores e Gustavo Simon. A produção é de Carolina Moraes e Victor Lacombe e a edição de som, de Thomé Granemann.