O ditador Nicolás Maduro tem subido o tom na crise entre Venezuela e Guiana. Nos últimos dias, ele propôs uma lei que prevê a incorporação do território guianês de Essequibo às fronteiras venezuelanas, nomeou um general para governar provisoriamente a área e autorizou a petroleira estatal PDVSA a explorar o local. Em uma assembleia do conselho de governo, Maduro mostrou um mapa já com a fronteira alterada.
As medidas vêm depois de um plebiscito na Venezuela ter registrado, no domingo (3), 96% de votos pró-anexação, de acordo com o regime. Os 120 mil moradores de Essequibo, região que equivale a dois terços da Guiana, não foram consultados, e o governo local vê na ação de Maduro uma ameaça à soberania e à independência do país.
Com o aumento da tensão, o Exército brasileiro antecipou o envio de blindados para Roraima. O estado faz fronteira com os dois países e seria a única via terrestre possível para uma eventual invasão venezuelana. A Força também prevê aumentar o número de soldados na região.
Por trás do questionamento de Maduro sobre os tratados históricos que definiram a fronteira com a Guiana há motivações geopolíticas –o tema une os venezuelanos em um momento de crise social e política– e econômicas –a costa de Essequibo é rica em petróleo; as jazidas descobertas em 2015 fizeram o PIB da Guiana subir 62% no ano passado.
O Café da Manhã desta quinta-feira (7) explica o que representa a região de Essequibo, discute o que a história e a geografia do território sugerem sobre uma possível invasão da Venezuela à Guiana e analisa o papel do Brasil na crise. O podcast entrevista Reginaldo Gomes de Oliveira, professor aposentado do curso de história da Universidade Federal de Roraima.
O programa de áudio é publicado no Spotify, serviço de streaming parceiro da Folha na iniciativa e que é especializado em música, podcast e vídeo. É possível ouvir o episódio clicando acima. Para acessar no aplicativo, basta se cadastrar gratuitamente.
O Café da Manhã é publicado de segunda a sexta-feira, sempre no começo do dia. O episódio é apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon. A produção é de Carolina Moraes e Victor Lacombe e a edição de som, de Thomé Granemann.