A Organização Mundial da Saúde, OMS, anunciou nesta segunda-feira um plano para controlar e interromper o surto de varíola M, conhecida como mpox. A resposta exigirá US$ 135 milhões nos próximos seis meses.
Em nota, emitida em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, enfatiza que é preciso uma resposta internacional coordenada à medida que os casos se espalham da África para a Europa e Ásia.
Fase aguda do plano
O valor de financiamento inicial será dedicado a que é considerada “fase aguda” definida no plano, mas poderá aumentar conforme a progressão da situação. A agência anunciou ainda que lançará em breve um apelo de financiamento para apoiar esses esforços.
De acordo com a OMS, os parceiros podem iniciar as negociações para comprar vacinas antes de sua aprovação.
Mesmo com a circulação global de vírus, a região da África destaca-se pelo aumento significativo observado particularmente na República Democrática do Congo. Este ano, o país teve mais de 16 mil casos suspeitos e 575 mortes.
Em 14 de agosto, a OMS declarou a varíola M uma emergência de saúde global em resposta à rápida disseminação da variante clade 1b. Outras ocorrências foram relatadas nos vizinhos Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, e mais além na Tailândia e na Suécia.
Vigilância abrangente e estratégias de resposta
O Plano Estratégico de Preparação e Resposta Global Mpox foi criado para interromper a transmissão entre humanos por meio de esforços coordenados em níveis global, regional e nacional. As áreas de ação envolvem vigilância ampla, planos de resposta e garantia de acesso equitativo a contramedidas médicas.
Além da agência da ONU, o processo envolve Estados-membros, Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças, comunidades e pesquisadores.
O fundamento da atuação são as recomendações temporárias e permanentes emitidas pelo diretor-geral da OMS com ênfase em planos amplos de vigilância, prevenção, prontidão e resposta.
Transmissão de animais para humanos
O plano promoverá ainda o avanço da pesquisa e o acesso equitativo às chamadas contramedidas médicas, que incluem testes de diagnóstico e vacinas. Outra tarefa será a minimização da transmissão de animais para humanos e o empoderamento comunitário para participar ativa na prevenção e controle de surtos.
Em relação à vacinação, a OMS prevê canalizar seus esforços “em indivíduos de maior risco, incluindo contatos próximos de casos recentes e profissionais de saúde com vista a interromper as cadeias de transmissão”.
A agência revelou ainda que em nível global, a ênfase será dada à liderança estratégica, orientação oportuna baseada em evidências e no acesso a contramedidas médicas para os grupos de maior risco nos países afetados.