As Nações Unidas anunciaram que 330 mil toneladas de resíduos se acumularam no interior ou perto de áreas povoadas da Faixa de Gaza. A situação após oito meses de guerra entre Israel e o Hamas no sul do território palestino representa riscos catastróficos ambientais e de saúde.
Em rede social, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos, Unrwa, ressalta que as crianças de Gaza vasculham o lixo diariamente.
Condições similares à fome
A publicação foi feita algumas horas depois da Organização Mundial da Saúde, OMS, ter alertado que uma proporção significativa da população de Gaza enfrenta fome catastrófica e condições semelhantes à fome.
A agência das Nações Unidas destaca que apesar dos relatos de aumento na entrega de alimentos, atualmente não há provas de que aqueles que mais precisam estejam recebendo alimentos em quantidade e qualidade suficientes.
Com parceiros, a agência ampliou serviços de nutrição, que ajudaram a diagnosticar e tratar mais de 8 mil crianças menores de cinco anos sofrendo desnutrição aguda. Pelo menos 20% delas apresentavam um quadro mais grave.
Fornecimento de serviços de saúde com segurança
Em meio aos desafios de insegurança e da falta de acesso, apenas dois centros de estabilização para pacientes gravemente desnutridos podem operar, destaca a OMS.
A agência contou que a incapacidade de fornecer serviços de saúde com segurança, associada à falta de água limpa e saneamento, aumenta de forma significativa os riscos para crianças desnutridas.
A agência registrou um cumulativo de 32 mortes atribuídas à desnutrição, incluindo 28 entre crianças menores de cinco anos.
Licenças emitidas por Israel
Em nota separada, o Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, revelou que somente neste ano foram demolidas ou apreendidas 565 estruturas palestinas na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. Mais de 16.494 pessoas foram deslocadas devido às operações de derrube realizadas até 10 de junho.
O ano passado registrou o maior número de estruturas demolidas desde 2016 com um total de 1.177 locais deitados abaixo, incluindo locais residenciais, relacionados a meios de subsistência, serviços ou parte da infraestrutura.
De acordo com o escritório da ONU, o derrube acontece por falta de licenças emitidas por Israel, que são quase impossíveis de obter. Em alguns casos as circunstâncias são diferentes, incluindo demolições punitivas ou realizadas como parte de atividades militares.