Paris-2024: Escalar ou não Marta na final do futebol? – 07/08/2024 – O Mundo É uma Bola – EERBONUS
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Paris-2024: Escalar ou não Marta na final do futebol? – 07/08/2024 – O Mundo É uma Bola

Alguém teria coragem de deixar Marta, eleita seis vezes a melhor futebolista do mundo (um recorde), fora de uma decisão, ainda mais sendo que essa decisão vale uma inédita medalha de ouro olímpica?

Pode ser que Arthur Elias tenha. O técnico da seleção brasileira decidirá se a jogadora de 38 anos, a capitã do time, será ou não escalada desde o início na final das Olimpíadas de Paris.

O jogo contra os EUA (seleção tetracampeã olímpica) é no sábado (10), ao meio-dia (de Brasília), no estádio Parque dos Príncipes, na capital francesa.

Será provavelmente a última partida de Marta pela seleção brasileira, da qual decidiu se aposentar. Dá para prescindir dela, ainda mais nesse momento de despedida?

Arthur Elias tem argumento para isso. Sem Marta, o Brasil passou pelas donas da casa, as francesas, nas quartas de final (1 a 0), e pelas espanholas, atuais campeãs do mundo, por 4 a 2, na semifinal.

Especialmente no jogo que valeu vaga na decisão, a equipe se apresentou muito bem na parte ofensiva, criando várias chances de gol (16 finalizações, com 7 no alvo) e sendo perigosa e eficaz nos contra-ataques.

Na defesa, que andou falhando na primeira fase, a seleção se portou bem nas quartas e na semi, não levando gol das francesas e segurando o ímpeto espanhol em quase todo o duelo –os dois gols saíram na parte final da partida.

Além disso, a goleira Lorena, pegadora de pênaltis (foram dois, um contra o Japão e outro contra a França), faz uma grande Olimpíada.

Em se tratando de defesa, foi justamente ao tentar ajudar atrás que Marta foi expulsa.

Na derrota por 2 a 0 para a Espanha na partida que encerrava a etapa de grupos, imprudente ao usar um movimento de taekwondo para tentar afastar a bola, a meia-atacante errou a bola e a “voadora” acertou a cabeça de Olga Carmona.

Saiu de campo chorando depois do cartão vermelho direto, que significava dois jogos de gancho (suspensão).

Sem uma substituta tecnicamente à altura da camisa 10, Arthur Elias optou por um rodízio de atletas no ataque, mantendo a mentalidade ofensiva e apostando em uma correria organizada.

Contra a França, começaram Adriana, Gabi Portilho, Gabi Nunes e Jheniffer. Contra a Espanha, Ludmila e Priscila formaram o quarteto com Gabi Portilho e Jheniffer. De uma forma ou de outra, deu certo.

Nesse contexto, parece fácil decidir sobre colocar Marta desde o início ou não. Porém não é.

Deixar uma estrela de fora sempre é difícil. O nome, a história, a experiência, a liderança. Tudo isso influencia e torna a escolha áspera.

Além disso, não se pode alegar que com Marta o Brasil vinha jogando mal.

Na fase inicial dos Jogos, ela deu a assistência na vitória por 1 a 0 sobre a Nigéria. Diante do Japão, iniciou a jogada do gol brasileiro com um lindo lançamento; substituída, viu do banco o Brasil tomar dois gols nos acréscimos e perder. Contra a Espanha, foi expulsa com a partida em 0 a 0.

Ou seja, em nenhum momento com Marta em campo o Brasil ficou atrás no placar nestas Olimpíadas.

O futebol, como tantas coisas na vida, é feito de escolhas. Arthur Elias tem uma vital a fazer e encara uma espécie de sinuca de bico.

Se não escalar Marta e o Brasil não levar o ouro, será criticado: como deixou fora uma fora de série? Se escalar e o Brasil não levar o ouro, será criticado: por que voltou com ela se sem ela estava dando certo?

Escolha X ou Y, espera-se que dê certo. A explicação com o ouro inédito, seja qual for, será amplamente aceita. Com a prata não inédita (o Brasil já tem duas, Atenas-2004 e Pequim-2008), nem tanto.


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