A empresa de inteligência artificial OpenAI vai permitir pela primeira vez a consulta de outras pessoas aos dados internos usados no treinamento de suas plataformas. A empresa dona do ChatGPT e do licenciamento de modelos de linguagem topou colaborar com a Justiça dos Estados Unidos em processos movidos contra ela.
Ao menos três grandes processos já estão em andamento nos EUA sob o argumento de que a OpenAI treinou os modelos de linguagem com base em trabalhos protegidos por direitos autorais — incluindo livros baixados ilegalmente e até vídeos postados no YouTube. As ações são movidas por escritores, ilustradores e representantes de diversas categorias de profissionais de trabalhos criativos.
A ação representa uma mudança no comportamento da OpenAI sobre o caso. Inicialmente, ela se defendeu dizendo que não infringiu os direitos autorais no processo. Porém, representantes mais tarde admitiram que não era possível treinar uma IA tão capaz sem esse tipo de ilegalidade.
Pode consultar, mas sem levar para casa
De acordo com a documentação dos processos, o acordo da OpenAI prevê que as bases de dados usadas no treinamento das IAs sejam consultadas sob um forte esquema de segurança, a partir de uma série de condições que serão estabelecidas em um contrato.
O acesso só poderá ser feito em um computador protegido e totalmente offline que fica no escritório da empresa em San Francisco, na Califórnia. Quem acessar os arquivos vai assinar um acordo de confidencialidade para não revelar os detalhes consultados e não pode nem levar eletrônicos para a sala ou salvar dados em dispositivos como pendrives .
Quem quiser escrever sobre o conteúdo analisado também terá limitações. A OpenAI libera apenas o uso de documentos de texto sob supervisão direta de um funcionário ou anotações manuais em papel e caneta.
Os processos só devem continuar depois que todas as partes interessadas consultarem e analisarem os materiais. Até por isso, ainda não há uma data para a retomada dos julgamentos.