Desde 1º de setembro, a Agência da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa, e seus parceiros vacinaram cerca de 355 mil crianças contra a poliomielite nas áreas central e sul de Gaza.
Nos próximos dias, as entidades devem continuar a campanha de vacinação, que tem o objetivo de imunizar cerca de 640 mil crianças menores de 10 anos.
Sul de Gaza
Após levar as doses a área central do enclave, as agências alcançaram mais de 160 mil menores no primeiro dia da campanha de vacinação contra a pólio nas áreas do sul de Gaza nesta quinta-feira.
Milhares de famílias foram às unidades de saúde para receber as vacinas das equipes médicas da Unrwa. Os esforços para levar os imunizantes ao maior número possível de crianças continua nesta sexta-feira.
A coordenadora sênior de Assistência Humanitária e Reconstrução da ONU para Gaza, Sigrid Kaag, visitou a Faixa de Gaza para ver em primeira mão os esforços de vacinação contra a poliomielite.
Acompanhamento da ONU
Ela esteve no centro de treinamento em Khan Younis, onde a Unrwa montou uma base logística, e no centro de saúde japonês onde a agência está realizando a campanha de vacinação.
Kaag disse que não poderia comentar sobre a perspectiva de um cessar-fogo, mas observou que a ONU sempre foi clara a esse respeito, assim como diversos atores da comunidade internacional.
Para ela, é necessária a libertação incondicional dos reféns e o fim dos combates.
Avanço humanitário
O Escritório de ONU de Assistência Humanitária, Ocha, afirma que, apesar dos desafios, as Nações Unidas e outras organizações de ajuda continuam a fazer todo o possível para fornecer auxílio vital aos palestinos.
Entre 19 de agosto e o final do mês, 450 mil refeições preparadas em 130 cozinhas foram fornecidas diariamente a famílias em toda a Faixa.
No entanto, apesar desse progresso, a situação humanitária em Gaza continua “além da catástrofe” e que ainda não há condições necessárias para apoiar as pessoas na escala que elas realmente precisam.
As refeições fornecidas representam uma redução de 35%, em comparação com as 700 mil entregues em mais de 200 cozinhas em julho.
Segundo a ONU, a situação se deve, em parte, às várias ordens de evacuação emitidas pelas forças de segurança israelenses, sendo que pelo menos 70 cozinhas foram forçadas a suspender o fornecimento de refeições cozidas ou a se mudar.
Cisjordânia
Na Cisjordânia, as equipes do Ocha relatam que as forças israelenses continuam a utilizar táticas letais de guerra, incluindo ataques aéreos, em Jenin, Tubas e Tulkarm.
Nesta quinta-feira, a violência resultou em mais mortes e feridos, além de estradas e infraestrutura destruídas ou danificadas.
As instalações médicas estão sitiadas há mais de uma semana, com pesadas restrições impostas ao movimento de ambulâncias e equipes de saúde.
O Ocha também alerta que isso está aprofundando as necessidades humanitárias das pessoas, bem como a insegurança, e levanta preocupações sobre o uso excessivo da força.