A Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo, Monusco, afirmou nesta segunda-feira que aumentou sua presença no fim de semana em Goma, na província de Kivu do Norte, devido ao aumento da violência no leste do país.
As forças de paz ainda reiteraram o apelo ao grupo armado M23 para interromper sua ofensiva. Segundo informações do porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric, a Monusco continua apoiando o exército congolês e defendendo as principais estradas que levam às cidades-chave de Sake e Goma, a capital de Kivu do Norte.
Intensificação da presença da ONU
Por causa da piora da situação de segurança em torno, a Missão está fortalecendo sua presença e trazendo forças de paz sul-africanas de sua Brigada de Intervenção da Força, baseada em Beni, no norte da província. O porta-voz militar da Monusco, tenente-coronel Mensah Kadagni, disse que o envio desses soldados sul-africanos reforçaria as unidades já posicionadas. O comandante já havia enviado forças paquistanesas da província de Kivu do Sul como parte de sua cooperação com o exército congolês.
O tenente-coronel destaca que, visando cumprir seu mandato de proteção aos civis e facilitar deslocamentos, especialmente de mulheres, crianças e idosos, a força da Monusco estabeleceu um perímetro de segurança próximo à base em Kitshanga. Isso garantiu proteção aos 25 mil civis que buscam refúgio devido à deterioração da segurança.
Segundo ele, com a medida, foi possível fornecer assistência médica e água potável aos deslocados. Além disso, uma rota segura na área de Mweso Kashiru foi estabelecida para que os deslocados possam chegar ao campo de deslocados internos com total segurança.
O porta-voz do secretário-geral disse que a Monuaco havia se reunido com o coordenador das forças armadas congolesas em Kivu do Norte neste fim de semana para coordenar uma ação militar conjunta para defender Sake e Goma.
Desinformação
Stephane Dujarric citou preocupações sobre campanhas de desinformação dirigidas às forças de manutenção da paz, prejudicando sua capacidade de implementar o mandato.
As forças de paz continuam facilitando a passagem segura de civis que fogem dos conflitos para áreas mais seguras, incluindo a base de Kitchanga, onde cerca de 25 mil civis encontraram refúgio com a ONU.
Em dezembro, o Conselho de Segurança da ONU decidiu prorrogar o mandato da Monusco por um ano, até 20 de dezembro de 2024, ao mesmo tempo em que decidiu iniciar sua “retirada gradual, responsável e sustentável” do país.
Foi decidido que a MONUSCO retirará sua força da província de Kivu do Sul até o final de abril de 2024 e limitará seu mandato às províncias de Kivu do Norte e Ituri de maio de 2024 até o final do período coberto pelo mandato atual.