A previsão de uma severa temporada dos furacões para o Haiti leva agências humanitárias e parceiros a ampliar a resposta às necessidades preparando soluções para os afetados e deslocados do país que já sofre com a violência de gangues.
Nesta terça-feira, dois aviões cargueiros do Programa Mundial de Alimentos, PMA, transportaram 55 toneladas de medicamentos, abrigos e materiais de higiene para centenas de famílias desalojadas na capital haitiana, Porto Príncipe.
Novo governo e parceiros
A nação caribenha sofre com a ação de gangues que levou a uma crise socioeconômica e agravou a situação política. Há uma semana foi empossado um novo governo que prometeu atuar com parceiros para estabilizar a questão humanitária.
Desde 8 de junho, o Fundo da ONU para a Infância, Unicef, e o Ministério da Educação do Haiti promovem aulas para compensar o período em que 30 centros da capital estiveram inoperacionais nos últimos meses.
Cerca de 30 milhões de refeições foram entregues desde o início do atual ano letivo. Deste total, quase 17 milhões foram fornecidas por meio de um programa que apoia os agricultores locais.
Estima-se que mais de 200 mil crianças e 4 mil professores foram afetados pelo impacto da violência no setor da educação.
Mais de 580 mil deslocados internos
Na preparação para a severa temporada de furacões, com início em junho e término em novembro, a coordenação considera as necessidades dos mais de 580 mil deslocados internos.
A Organização Internacional para Migrações, OIM, anunciou que desde o final de fevereiro forneceu quase 5 milhões de litros de água limpa a cerca de 25 mil pessoas e reabilitou 22 bombas manuais de água.
Os beneficiários dos suprimentos de socorro, incluindo cobertores, recipientes de água, lâmpadas solares, utensílios de cozinha e lonas plásticas chegam a 37 mil.
Cerco efetivo imposto de grupos armados
A agência das Nações Unidas implantou clínicas móveis para fornecer assistência médica a 18 mil haitianos e presta apoio psicossocial através de uma linha direta gratuita.
No terreno decorrem atividades para aumentar a consciência das comunidades locais com foco em temas como proteção infantil, saúde mental, responsabilização e saúde reprodutiva.
Com a violência crescente e o cerco efetivo imposto por grupos armados um número cada vez maior de haitianos foge para províncias vizinhas.
De acordo com a OIM, a situação fez dobrar o número de deslocados internos no Grande Sul, de 116 mil para 270 mil nos últimos três meses.