O Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino é marcado pela “catástrofe humanitária” em Gaza, segundo o secretário-geral da ONU. António Guterres lembra que a data assinalada neste 29 de novembro ocorre “durante um dos capítulos mais sombrios na história do povo palestino”.
O dia é celebrado desde 1977, lembrando a Resolução 181 sobre a Partilha da Palestina, adotada pela Assembleia Geral da ONU em 1947.
Não há lugar seguro em Gaza
Este ano, o chefe da ONU lembra dos quase 1,7 milhão de pessoas que foram obrigadas a deixar suas casas, mas são incapazes de encontrar lugares seguros.
Guterres também cita a situação na Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental, que “corre o risco de explodir”.
Ele voltou a expressar suas condolências às milhares de famílias que estão de luto, incluindo os membros das Nações Unidas mortos em Gaza, representando a maior perda de pessoal na história da organização.
O secretário-geral condenou novamente os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro. Ele adiciona que também deixou claro que os atos não podem justificar o “castigo coletivo do povo palestino”.
Cessar-fogo de longo prazo
Guterres avalia que, em toda a região, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina é um recurso indispensável, fornecendo apoio vital a milhões de refugiados palestinos.
Por isso, ele afirma que é “mais importante do que nunca” que a comunidade internacional apoie a Unrwa como fonte de apoio para o povo palestino.
Para o chefe da ONU, a data deve reafirmar a solidariedade internacional com o povo palestino e seu direito de viver em paz e dignidade, exigindo o fim da ocupação e do bloqueio de Gaza.
Assim, ele afirma que isso deve começar com um cessar-fogo humanitário de longo prazo, acesso irrestrito à ajuda, libertação de todos os reféns, proteção de civis e o fim das violações do direito humanitário internacional.
Solução de dois Estados
O secretário-geral da ONU destaca que “já passou da hora de avançar de forma determinada e irreversível para uma solução de dois Estados”.
Guterres afirma que o acordo deve ter como base as resoluções das Nações Unidas e o direito internacional, tendo Israel e Palestina vivendo lado a lado em paz e segurança, com Jerusalém como capital de ambos os Estados.
Ele concluiu sua mensagem para a data reafirmando o compromisso das Nações Unidas com o povo palestino “para alcançar seus direitos inalienáveis e construir um futuro de paz, justiça, segurança e dignidade para todos”.
Celebrações
Este ano, a comemoração do Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino ocorre nos complexos da ONU em Nova Iorque, Genebra, Nairóbi e Viena.
O Comitê das Nações Unidas para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino será responsável pela cerimônia na sede da ONU em Nova Iorque com o apoio da Divisão de Direitos Palestinos no Departamento de Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz.
Além disso, uma exposição será lançada nesta quarta-feira. “Palestina: Uma Terra com um Povo” relata a sobre Nakba, epicentro da crise. Em 1948, mais da metade do povo palestino se tornou refugiado, dezenas de milhares foram mortos e 500 aldeias e comunidades foram destruídas.
Este ano marca o 75º ano do episódio. Pela primeira vez na história das Nações Unidas, a data foi comemorada com base em um mandato da Assembleia Geral.
Esta exposição conta a história palestina antes, durante e depois da Nakba. De acordo com a ONU, a mostra retrata experiências de deslocamento e desapropriação, esperança de alcançar justiça e aspirações de vida em liberdade, estabilidade, dignidade e paz em sua terra natal.