Neste 17 de outubro, as Nações Unidas marcam o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza sob o lema “Trabalho Decente e Proteção Social: Colocar a dignidade em prática para todos.”
A métrica para determinar a pobreza extrema é um rendimento diário inferior a US$ 2,15 por pessoa. Atualmente, mais de 8,4% da população global, cerca de 670 milhões de pessoas, vivem nessa condição.
Ganhos suficientes para o sustento
As projeções até 2030 indicam que 7% da população mundial, o equivalente a 575 milhões de indivíduos, ainda enfrentarão a extrema pobreza.
A data promove a inclusão e o diálogo entre aqueles que vivenciam essa situação e a sociedade em geral.
Em 2023, o tema destaca as pessoas que enfrentam jornadas de trabalho longas e difíceis, em condições perigosas, não regulamentadas e sem ganhos adequados para o sustento pessoal e de suas famílias.
Os benefícios de adotar o conceito de trabalho decente incluem capacitar os indivíduos, assegurar salários justos e condições de trabalho seguras, bem como reconhecer o valor próprio e a humanidade dos trabalhadores.
A ONU enfatiza a urgência de implementar a proteção social universal para garantir que os rendimentos sejam seguros para todos, com especial atenção aos grupos mais vulneráveis da sociedade.
Foco na proteção do bem-estar humano e ambiental
O apelo feito aos políticos é que tenham a dignidade humana orientando os processos de tomada de decisão. A meta é garantir que avanços nos direitos humanos e na justiça social tenham prioridade em relação à busca de lucros empresariais.
A ONU defende o reforço de parcerias entre governos, empresas e organizações da sociedade civil em nível global para se alcançar um desenvolvimento equitativo e “garantir que ninguém seja excluído ou deixado para trás”.
Este ano, a data é marcada por pedidos de solidariedade com as pessoas vivendo na pobreza e compromissos em favor de uma economia justa com foco na proteção do bem-estar humano e ambiental, ao contrário de prioridades financeiras.
Condições para novos empregos dignos
O administrador do Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, propõe que os países criem, em primeiro lugar, condições para novos empregos dignos para acabar totalmente com a pobreza. A atuação deve ser com o sector privado, que responde por cerca de 90% de vagas nos países em desenvolvimento.
Os países devem ainda buscar “meios para que as pessoas que vivem na pobreza tenham apoio essencial”. O mundo teve mais 165 milhões de pessoas extremamente pobres entre 2020 e 2023.
Por último, o chefe do Pnud defende que se vá além do Produto Interno Bruto e que sejam adotadas métricas para combater as causas profundas da pobreza e promover o progresso nos objetivos globais de uma forma mais eficaz.