A cidade de Santiago do Chile acolhe representantes globais em eventos marcando este 3 de maio a 31ª Conferência Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
Uma mensagem de vídeo do secretário-geral, António Guterres, também no Chile, destaca que o mundo atravessa uma emergência ambiental sem precedentes que “representa uma ameaça existencial para a atual e as futuras gerações”.
Degradação ambiental e provas de vandalismo
Guterres realça como os profissionais da imprensa também documentam a degradação ambiental e fornecem provas de vandalismo no setor que ajudam a responsabilizar os infratores.
Para o líder das Nações Unidas, “não é surpreendente que algumas pessoas, empresas e instituições poderosas tudo façam para impedir os jornalistas ambientais de realizarem o seu trabalho”.
A importância do jornalismo e da liberdade de expressão no contexto da atual crise ambiental global é o tema de um estudo da Organização das Nações Unidas Educação, Ciência e Cultura, Unesco.
De acordo com a agência, nos últimos 15 anos ocorreram cerca de 750 ataques a jornalistas e meios de comunicação que informavam sobre questões ambientais. E a frequência destes ataques está a aumentar, alertou Guterres .
Futuro sustentável
Em novo relatório sobre o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, a Unesco realça o papel desempenhado pela imprensa, pelo jornalismo, pelo acesso e pela disseminação de informação para assegurar um futuro sustentável que respeite os direitos humanos e a sua diversidade de vozes, bem como a igualdade de gênero.
De acordo com o chefe da Seção de Liberdade de Expressão e Segurança dos Jornalistas da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, Guilherme Canela, a celebração tem vários fundamentos.
“Nós resolvermos chamar a atenção nesse Dia Internacional da Liberdade de Imprensa em 2024 sobre a relação entre a liberdade de expressão e as agendas meio-ambientais. A importância de ver um jornalismo livre, independente e plural, que faça a cobertura e coloque os poderosos debaixo da lupa e de investigação sobre o que está acontecendo no planeta. Seja a questão das mudanças climáticas, seja a questão da enorme perda da biodiversidade que o planeta está enfrentando, sejam as questões de megaprojetos de infraestrutura e de mineração ilegal, por exemplo.”
Na mensagem da ONU, António Guterres enfatiza que a liberdade dos meios de comunicação social está sitiada e o jornalismo ambiental é uma profissão cada vez mais perigosa.
Caça furtiva e outras questões ambientais
Dezenas de jornalistas que cobriam a mineração ilegal, a exploração madeireira, a caça furtiva e outras questões ambientais foram mortos nas últimas décadas. Na maioria dos casos, ninguém foi responsabilizado, enfatiza a mensagem da ONU.
O secretário-geral ressalta ainda o reconhecimento das Nações Unidas do trabalho dos jornalistas e profissionais da comunicação social para garantir que o público esteja informado e envolvido.
Pelo Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o apelo feito aos governos, ao setor privado e à sociedade civil é que reafirmem o compromisso de proteger a liberdade de imprensa e os direitos dos jornalistas e profissionais de comunicação no mundo.