Na sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta quarta-feira, o chefe de gabinete do secretário-geral da ONU, Courtenay Rattray, destacou a grave situação humanitária na Faixa de Gaza desde os ataques de 7 de outubro.
Representando o chefe das Nações Unidas, Rattray enumerou os desafios humanitários e enfatizou a urgência de uma solução política para acabar com a ocupação e resolver o conflito, conforme o direito internacional e as resoluções da ONU.
Governo palestino único
A mensagem de António Guterres também destacou a necessidade de restabelecer a governança em Gaza “sob um governo palestino único e legítimo”. Ele ressaltou a importância de apoiar a Autoridade Palestina e fortalecer suas instituições para que possam governar eficazmente e liderar os esforços de recuperação e reconstrução na região.
Em uma atualização sobre a situação, Rattray afirmou que, em sete meses de violência, o Ministério da Saúde de Gaza registrou mais de 38 mil mortes e 87 mil feridos, além de inúmeros desaparecidos.
De acordo com autoridades israelenses, o conflito também resultou na morte de 1,5 mil israelenses e outros estrangeiros, com mais de 4 mil feridos e 125 reféns.
Sistema humanitário em colapso
O chefe de Gabinete destacou que o sistema de apoio humanitário em Gaza está à beira do colapso total e que a ordem pública foi completamente desmantelada.
Rattray alertou para as consequências regionais do conflito, que estão se intensificando com os contínuos confrontos entre o Hezbollah e Israel ao longo da Linha Azul.
Ele reafirmou que “nada pode justificar os horríveis atos de terror cometidos pelo Hamas e outros grupos armados em Israel no dia 7 de outubro. E nada pode justificar a punição coletiva do povo palestino”.
Rattray lembrou que a entrada de ajuda humanitária pela fronteira de Rafah, com o Egito, continua limitada e os trabalhadores enfrentam grande insegurança para levar ajuda aos mais de 2 milhões de palestinos deslocados no enclave.
Outros 70 representantes de missões diplomáticas devem discursar sobre a crise na sessão do Conselho de Segurança. A reunião é presidida pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, que ocupa a presidência do órgão em julho.
Ataques contínuos
Nesta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, afirmou que desde 7 de outubro, foram documentados mais de 1 mil ataques a serviços de saúde no território palestino ocupado.
A agência da ONU fez um novo apelo pela proteção dos profissionais de saúde e das instalações de saúde, para o acesso humanitário e para um cessar-fogo imediato.
O comissário-geral da Agência da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa, publicou em sua rede social que pelo menos oito escolas foram atingidas nos últimos 10 dias, incluindo seis escolas da ONU.
Philippe Lazzarini afirmou que “a guerra roubou a infância e a educação das meninas e dos meninos de Gaza”. Ele adicionou que as escolas nunca devem ser usadas para fins militares ou de combate por nenhuma das partes do conflito.
O chefe da Unrwa avaliou como “flagrante e constante desrespeito ao direito humanitário internacional continua inabalável”. Para ele, “todas as regras de guerra foram violadas em Gaza”.