Neste 24 de junho, as Nações Unidas marcaram o Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia. Em evento com a ONU Mulheres, o presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, lembrou que na sede da organização em Nova Iorque, apenas um em cada quatro embaixadores é mulher.
Ele lembrou das diversas contribuições de diplomatas na construção da ONU, como o trabalho de Minerva Bernadino, Bertha Lutz e Isabel de Vidal para inclusão da não discriminação com base no sexo na Carta da ONU.
Angola
O ministro das Relações Exteriores de Angola, Tete António, esteve na celebração da data. Ele reforçou a mensagem do presidente da Assembleia Geral sobre a importância da presença feminina na diplomacia e apontou que o envolvimento das mulheres ainda é insuficiente.
“O dia de hoje tem que ser comemorado. Não só para a implementação da própria resolução da Assembleia Geral da ONU de 2022, mas sobretudo pela contribuição que as mulheres deram àqueles documentos essenciais que hoje norteiam a ação política internacional, na Carta das Nações, Falando da igualdade de direitos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos… Todos esses documentos essenciais à construção das mulheres. Mas quando vemos na prática, ainda temos muitas insuficiências e precisamos de coragem, da necessidade de continuarmos, portanto, não só a chamar a atenção e termos a consciência de todos sobre a importância de envolvermos as mulheres, não só através da implementação de resoluções importantes, mas sobretudo em questões de desenvolvimento”.
Para o representante angolano, todas as questões que dizem respeito à vida humana precisam de participação feminina. Em sua avaliação, sem as mulheres à mesa, o “quadro fica incompleto e não traz resultados concretos”.
Igualdade de gênero e liderança das mulheres
Para o presidente da Assembleia Geral, é necessário “ir além da mera citação de estatísticas e partir para ações concretas” para se alcançar um mundo em que a igualdade de gênero e a liderança das mulheres na diplomacia “sejam tão comprovadas e verdadeiras quanto o nascer do sol no horizonte”.
Assim, o chefe da diplomacia angolana acredita que é preciso “arrancar a desigualdade de gênero de suas raízes, desafiando os estereótipos de gênero, acabando com o assédio no local de trabalho, redistribuindo o trabalho de cuidado não remunerado e tornando a diferença salarial entre homens e mulheres um vestígio do passado”.
Para Dennis Francis, os homens precisam se envolver ativamente nessa busca comum, tendo um papel essencial na quebra de estereótipos tóxicos e na modelagem de comportamentos para meninos e adolescentes que normalizem a igualdade legítima de mulheres e meninas.