A Assembleia Geral designou 11 de julho como o Dia Internacional de Reflexão e Memória do Genocídio de 1995 em Srebrenica. A resolução adotada nesta quinta-feira passou com 84 votos a favor, 19 contra e 68 abstenções.
Estima-se que milhares de muçulmanos perderam a vida após ataques de sérvio- bósnios, na antiga Iugoslávia, que vieram a ser considerados genocídio por determinação da Corte Internacional de Justiça emitida em 2007.
Reconciliação genuína
A resolução do maior órgão deliberativo das Nações Unidas reitera o “compromisso inabalável da Assembleia Geral em manter a estabilidade e promover a unidade na diversidade na Bósnia e Herzegovina”.
Para o presidente da Assembleia Geral, Dennis Francis, a expetativa é que o momento de lembrança “traga uma reconciliação genuína, reafirme a solidariedade internacional com os sobreviventes e contribua ainda mais para a prevenção do genocídio, em qualquer parte do mundo”.
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, declarou que a resolução é “mais um reconhecimento das vítimas e sobreviventes e da sua busca por justiça, verdade e garantias de não repetição”.
De acordo com o chefe de direitos humanos, “a adoção é também um passo importante para a promoção de uma cultura de memória e de paz na Bósnia e Herzegovina e na região”.
Diálogo construtivo para edificar sociedades pacíficas
Turk ressalta que a resolução “é ainda mais importante tendo em conta o revisionismo persistente, a negação do genocídio de Srebrenica e o discurso de ódio por parte de líderes políticos de alto nível na Bósnia e Herzegovina, bem como nos países vizinhos”.
Ele mencionou notícias difundidas nas últimas semanas que “sublinharam a urgência de lidar com o passado na Bósnia e Herzegovina e nos Balcãs Ocidentais”.
Turk cita a responsabilidade dos políticos da região de participar num diálogo construtivo para edificar sociedades pacíficas, onde as pessoas possam viver com segurança e liberdade, sem discriminação ou medo de conflitos e da violência.
A conselheira especial da ONU para a Prevenção do Genocídio, Alice Nderitu, disse que a data “será fundamental para homenagear as vítimas, garantindo que o seu sacrifício nunca seja esquecido, bem como cimentando o legado dos que trabalharam tão incansavelmente para fazer justiça às vítimas”.
Antes da adoção do Dia Internacional de Reflexão e Memória do Genocídio de 1995 em Srebrenica a organização já marcava o Dia Internacional de Reflexão sobre o Genocídio de 1994 contra os Tutsis em Ruanda.