O secretário-geral das Nações Unidas exigiu um cessar-fogo humanitário imediato como solução para várias questões ligadas ao conflito na Faixa de Gaza. Ele falou dos 100 dias desde que iniciaram os ataques do Hamas em 7 de outubro.
António Guterres mencionou que entre os benefícios da medida estariam garantir a chegada de ajuda suficiente onde seja necessária e a libertação dos reféns.
Potencial de guerra mais ampla
Falando a jornalistas, nesta segunda-feira, em Nova Iorque, o líder das Nações Unidas disse que a soltura de reféns deve ser imediata e incondicional. Ele defende que o fim de confrontos pode “conter as chamas de uma guerra mais ampla”.
Para o secretário-geral, quanto mais tempo durar o conflito, maior será o risco de escalada e de se cometer “erros de cálculo”. Ele disse que é preciso impedir que ocorra no Líbano o que está acontecendo em Gaza e que o que se passa no enclave sitiado “não pode continuar”.
Guterres pediu que se “pare de brincar com fogo ao longo da Linha Azul”, e que as partes reduzam a escalada cessando os confrontos de acordo com a Resolução 1701 do Conselho de Segurança.
Visitas e assistência
Sobre os reféns em poder do Hamas, o secretário-geral declarou que essas pessoas devem ser tratadas com humanidade e autorizadas a receber visitas e assistência da Cruz Vermelha.
Guterres destaca ainda a retaliação das forças israelenses, que ao longo destes 100 dias “desencadeou uma destruição em massa e níveis de assassinatos de civis a um ritmo sem precedentes” durante o atual mandato como secretário-geral.
O líder da ONU citou relatos de violência sexual cometidos pelo Hamas e outros grupos “que devem ser rigorosamente investigados e punidos”. Segundo ele, nada pode justificar o assassinato, o ferimento e o rapto deliberados de civis ou o lançamento de foguetes contra alvos da população.
O chefe da ONU destacou que nada pode servir de argumento para a punição coletiva do povo palestino, numa situação humanitária que “está além das palavras” em Gaza.
Acesso humanitário rápido
Sobre as áreas afetadas pelo conflito, o chefe da ONU afirmou que “nenhum lugar e ninguém está seguro”. Ele informou que 152 funcionários da ONU foram mortos, na maior perda de vidas na história da organização.
A entrega de ajuda ocorre sob enorme pressão e sem garantias de segurança. Por essa razão, ele pediu que a prioridade seja dar um acesso humanitário rápido, seguro, sem entraves, amplo e estável no interior e através de Gaza.
Em segundo lugar, ele destacou os obstáculos significativos que a operação de ajuda enfrenta na fronteira da região e, por último, os obstáculos na distribuição da ajuda dentro da Faixa de Gaza.