Os cientistas costumam descrever o universo como infinito, pois a teoria atual sugere que o cosmos está em constante expansão e, por isso, não seria possível encontrar a borda do espaço. Provavelmente, a nossa tecnologia não se desenvolverá a ponto de alcançar um feito tão complexo. Como vivemos na Terra, às vezes pensamos que estamos no centro do universo, mas o centro começou com o Big Bang — e não foi próximo daqui.
O pensamento de que estamos no ponto central do cosmos é comum, e uma pessoa pensaria o mesmo se, por exemplo, estivesse em Marte. Ao olhar para o céu, é possível ver todas as estrelas e planetas distantes ao nosso redor; é justamente isso que cria a impressão de que a Terra está no centro. Mas a verdade é que estamos longe disso.
O astrônomo norte-americano Edwin Hubble, na década de 1920, afirmou que todas as galáxias estão, em média, se afastando de nós — o Telescópio Hubble foi nomeado em sua homenagem. Na teoria da relatividade geral de Albert Einstein, o cientista descreveu que o universo era dinâmico e estava em constante expansão; por isso, a explicação de por que as galáxias estão se afastando já era conhecida por Hubble.
Apesar do entendimento atual de que tudo está em constante expansão, antes da teoria de Einstein, os cientistas acreditavam que o cosmos era completamente estático. A ideia era que havia começo, meio e fim. Mas hoje sabemos que não funciona assim; na verdade, sabemos que tudo parece estar em constante expansão ao nosso redor. Afinal, onde fica o centro do universo?
“Para existir um ponto central, esse ponto teria que ser de alguma forma especial em relação ao universo na totalidade. Pensemos em todos os diferentes tipos de efeitos que poderiam criar um centro. Primeiro, se um objeto estiver girando, você poderá definir um centro de rotação. O centro de rotação é o único ponto em um objeto em rotação que está estacionário”, disse o professor de física Christopher S. Baird, associado da West Texas A&M University (EUA).
Onde é o centro do Universo?
Pensando de forma simples, se existisse um centro no universo, seria onde o Big Bang começou a se expandir para todos os lados. No entanto, segundo a teoria da relatividade geral de Albert Einstein e o modelo desenvolvido por Alexander Friedmann, Georges Lemaître, Howard Percy Robertson e Arthur Geoffrey Walker (métrica de Friedmann-Lemaître-Robertson-Walker), a expansão é uniforme em todas as direções.
Por isso, os pesquisadores afirmam que não há um ponto central definido, visto que tudo está em constante expansão. A ideia é que todos os pontos do universo se expandiram igualmente para todos os lados e, portanto, não existe mais um único ponto de origem.
Então, a resposta mais simples para essa questão misteriosa é que existe um centro definido. Apesar de a civilização ter pensado por muito tempo que estamos no núcleo de tudo, isso é apenas a percepção.
Por enquanto, a ciência sugere que o universo não tem nenhum centro específico, já que está em constante expansão para todos os lados.Fonte: Getty Images
Como está se expandindo constantemente há bilhões de anos, seria impossível apontar uma região do espaço como o centro do cosmos. Por exemplo, a Terra possui um núcleo de rocha derretida, mas se você perguntar qual é o ponto central da superfície do planeta, a resposta será muito mais complicada — afinal, poderia ser em qualquer lugar.
“Para a Terra, o centro de rotação é o eixo que liga os polos norte e sul. Para um jogador de basquete girando uma bola de basquete no dedo, o centro de rotação é o ponto onde a bola toca seu dedo. O centro de rotação de uma roda em um eixo é o centro do eixo. As observações do universo não encontraram nenhuma rotação para o universo como um todo. Sem rotação, não há centro de rotação”, Baird acrescenta.
Alguns cientistas sugerem que a ideia funciona como se uma criatura bidimensional estivesse no centro de um espaço tridimensional. Como não são seres tridimensionais, eles nunca conseguiriam encontrar o ponto central desse espaço 3D.
Nós, por outro lado, somos criaturas que vivem em três dimensões, mas os pesquisadores acreditam que o universo pode ser formado por quatro ou mais dimensões; por isso, não seria possível descobrir o núcleo de tudo.
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