A violência fatal levou ao fechamento do único hospital com capacidade cirúrgica na cidade de El Fasher, no Sudão, após a invasão de soldados às instalações no fim de semana.
A Organização Mundial da Saúde, OMS, expressou alarme com o grave impacto do tipo de atos sobre pacientes numa das áreas que mais sofrem os efeitos dos quase 14 meses de pesados combates entre os integrantes do Exército e das Forças de Apoio Rápido, RSF.
Acesso das populações a serviços essenciais
Em rede social, a agência da ONU manifesta choque com o recente ataque ao South Hospital, que levou a aumentar o fluxo de doentes em outros dois hospitais sobrecarregando sua capacidade e limitando ainda mais o acesso das populações aos serviços essenciais.
A ONG Médicos Sem Fronteiras, que apoia a gestão das instalações, revelou que os combatentes armados saquearam equipamentos e uma ambulância.
As instalações da unidade de saúde em Wad Al-Nura, no estado de Al-Jazirah, ao sul de Cartum, também foram obrigadas a fechar após a invasão dos paramilitares das RSF. Eles abriram fogo e mataram uma enfermeira que estava de plantão.
Maior crise de fome do mundo
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, contou que uma recolha de provas feita por sua equipe indicou o uso pelo RSF de “armas com efeitos de grande área, incluindo projéteis de artilharia, durante o ataque”.
Antes, o chefe dos Direitos Humanos se manifestou contra o que considera “impacto profundamente arrasador” desses atos sobre os civis em El Fasher, no extremo oeste do território sudanês.
A emergência humanitária causada por intensos combates no Sudão levou o Programa Mundial de Alimentos, PMA, a soar o alarme para uma situação que “está agora perto de se tornar a maior crise de fome do mundo”.
A agência da ONU calcula haver 18 milhões de pessoas sofrendo de insegurança alimentar aguda, no Sudão, incluindo quase 5 milhões de sudaneses agora enfrentando níveis emergenciais de fome.