Um voo fretado com 118 migrantes etíopes a bordo partiu do Iêmen em direção a Etiópia na retoma do Retorno Humanitário Voluntário.
A iniciativa promovida pela Organização Internacional para as Migrações, OIM, foi o primeiro movimento do gênero desde setembro servindo migrantes etíopes retidos em situações difíceis no Iêmen.
Migrantes vulneráveis
O país encara fatores como insegurança e falta de bens essenciais como alimentos, abrigo e cuidados de saúde que se associam a condições de trabalho exploratórias e violência dos grupos envolvidos no contrabando e tráfico.
A OIM refere que esta realidade dificulta a vida no Iêmen. Para o chefe interino da Organização no país, Matt Huber, a retoma dos voos é um esforço conjunto que requer maior colaboração para responder as necessidades prementes dos migrantes vulneráveis.
Ele pediu o envolvimento da comunidade internacional para garantir sua segurança e bem-estar.
Só este ano, perto de 95 mil migrantes chegaram ao Iêmen, superando as 70 mil chegadas registradas em 2022. A OIM estima que mais de 200 mil migrantes, principalmente do leste da África necessitam de auxílio humanitário no Iêmen.
Resposta
Como em diferentes situações, as necessidades excedem a capacidade de resposta atempada das agências humanitárias. O acesso a algumas áreas são limitadas bem como as restrições de recursos por parte das organizações parceiras.
Um dos casos é de Hayat de 29 anos, que embarcou, há três anos, numa viagem da Etiópia ao Iêmen em busca de melhores oportunidades de emprego. Ela passou seis meses com os filhos para a capital Sana, onde continua à espera de se reunir a família.
Segundo a OIM o programa é uma tábua de salvação para migrantes que estabelece um sistema de regresso digno à Etiópia, garantindo acesso essencial, logística e medidas de segurança.
A iniciativa impede que milhares de migrantes retidos fiquem sem um caminho seguro para casa, expostos a riscos acrescidos de violência, coerção e abuso.
Antes da interrupção do programa, mais de 6 mil migrantes etíopes regressaram do Iêmen em segurança este ano.
Assistência médica
Antes da chegada ao seu país eles receberam auxílio que inclui transporte posterior, assistência médica, saúde mental e apoio psicossocial. A agência da ONU ajuda ainda na localização de famílias e na reunificação de crianças não acompanhadas.
Para reduzir os riscos da migração clandestina, a OIM propõe aos estados abordagens regionais para melhorar a governação migratória, prestação de assistência às pessoas e fornecimento de vias regulares para garantir uma migração segura para todos.
No Iêmen, a OIM presta serviços de proteção através de Pontos de Resposta aos Migrantes e equipas móveis de proteção, aconselhamento e orientação sobre o acesso aos serviços.
A agência da ONU também oferece assistência médica de emergência e apoio material, incluindo alimentos, roupas, calçado e kits de higiene.
Plano Regional de Resposta aos Migrantes
Os serviços de assistência humanitária estão alinhados ao Plano Regional de Resposta aos Migrantes para Corno de África, Iêmen e África Austral.
A meta é responder às necessidades dos migrantes vulneráveis e das comunidades de acolhimento em países situados ao longo das Rotas de Migração Oriental e Austral.
Entre os financiadores do Programa de Retorno Humanitário Voluntário estão os Estados Unidos, a Alemanha, Noruega e França.