Uma parceria entre a agência da ONU para Migrações, OIM, e o Programa de Atendimento a Refugiados e Solicitantes de Refúgio, da Cáritas do Rio de Janeiro beneficiou 690 migrantes e refugiados.
A cooperação ofereceu cursos profissionalizantes, atividades preparatórias para entrevistas de emprego e informações sobre direitos trabalhistas e sobre o mercado.
Atividades de inclusão
Entre janeiro e novembro, foram realizadas ações de capacitação, encaminhamento de migrantes de diferentes países para o mercado de trabalho, workshops de conscientização sobre direitos laborais e direitos da mulher e cursos de qualificação profissional.
Também foram desenvolvidas atividades de sensibilização e treinamento de agentes do setor privado para a realização de um recrutamento ético e inclusivo, além da organização de feiras de emprego e o encaminhamento do público-alvo para as vagas disponíveis.
Ao menos 90 pessoas foram diretamente apoiadas na conquista de um emprego formal em setores como serviços, turismo, gastronomia, hotelaria e logística. Os beneficiários também tiveram acesso a informações para o reconhecimento e a revalidação de diplomas de Ensino Médio e Superior.
No relacionamento com o setor privado, mais de 150 empresas foram sensibilizadas sobre a importância social e os benefícios de se contratar profissionais migrantes e refugiados.
Um recomeço
Ruth foi uma das centenas de pessoas beneficiadas pela parceria entre OIM e Cáritas RJ. Ela recebeu orientações para a elaboração de seu currículo e, ao participar da Feira de Empregabilidade, conseguiu uma oportunidade de trabalho.
Durante as atividades, Ruth se interessou pelo processo seletivo divulgado pela Plataforma Trampolim, um site dedicado a conectar empresas a profissionais migrantes e em situação de refúgio no estado do Rio Janeiro. Atualmente, atua no setor de serviços em um dos aeroportos mais movimentados da América Latina.
Entre as chegadas e partidas do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, uma simples pausa para o café traz um ingrediente mais que especial: o apoio a recomeços no Brasil.
Há quatro meses, a venezuelana Ruth se dedica ao atendimento ao cliente e à preparação de lanches para os viajantes na área de embarque, neste que é o seu primeiro emprego formal no país desde a sua chegada, em dezembro de 2018.
Integração socioeconômica
Há cinco anos, Ruth decidiu deixar a Venezuela em busca de uma vida melhor para suas três filhas. Por meio dessa oportunidade de emprego, ela afirma ter ganhado mais confiança em si, além de vencer obstáculos como a timidez e a insegurança.
“Eu acho o trabalho aqui ótimo, porque graças a ele eu aprendi a ter mais segurança. É um aprendizado diário, de entender os meus limites, de saber como falar com o cliente. Nunca tinha tido essa experiência. E aqui no Brasil, há muita importância até mesmo nas coisas pequenas, porque não se trata de apenas um café: trata-se de um café que uma pessoa irá tomar em um dia cansativo. E eu gosto disso!”, contou.
Se por um lado a contratação foi um incentivo para a nova vida de Ruth, sua chegada ao restaurante trouxe novas habilidades, como relata a gestora, Eleni de Jesus. “A Ruth é uma ótima profissional, todo mundo gosta dela. Ela tem um ótimo trabalho, segue todos os padrões de qualidade direitinho, inclusive foi destaque nos pratos preparados na cozinha. Vale muito a pena contratar uma pessoa migrante”, concluiu.
Ações de integração socioeconômica são promovidas no âmbito do Projeto Oportunidades – Integração no Brasil, implementado pela OIM com o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional.
*Com a reportagem da OIM Brasil