Um estudo publicado recentemente na revista Nature revelou, a partir de dados obtidos pela sonda Insight, que a rotação de Marte está acelerando cerca de quatro miliarcosegundos por ano.
Embora a aceleração seja muito pequena, não representando uma ameaça imediata para o planeta, acaba gerando uma série de questões para os planetas vizinhos. Afinal, a nossa querida Terra registrou, no dia 29 de junho de 2022, um dia mais curto, ao completar uma volta em torno do seu eixo com 1,59 milissegundos a menos.
Se isso for uma tendência, o que aconteceria se o nosso planeta aumentasse o seu processo de rotação? Sabemos que o desenvolvimento da vida como conhecemos ocorre em perfeita sintomia com a velocidade com que a Terra gira, e esta por sua vez faz uma espécie de valsa planetária com os outros corpos do Sistema Solar.
Mas, e se a Terra passar a girar mais rápido?
A velocidade aproximada do movimento de rotação da Terra é de 1.675 quilômetros por hora no equador, cujo raio mede 6,4 mil quilômetros. À medida que nos aproximamos dos polos, essa velocidade diminui até chegar a zero.
Como esse movimento é o que causa os dias e as noites, uma eventual duplicação em sua velocidade faria com que esses ciclos tivessem metade da duração, com dias e noites tendo aproximadamente seis horas cada. Além disso, se a velocidade do movimento de rotação da Terra aumentasse, isso elevaria a força centrífuga, tornando os objetos mais leves no equador e mais pesados nos polos.
Uma rotação mais rápida do planeta seria responsável por alterações no clima, pois teria impactos na circulação dos ventos, das correntes marítimas e das massas de ar. As consequências poderiam surgir em forma mudanças bruscas de temperatura, umidade e aumento de chuvas em diversas regiões, afetando a biodiversidade e a agricultura.
Como uma aceleração na rotação da Terra afetaria os seres vivos?
Se a Terra girasse mais rápido, áreas costeiras seriam inundadas.Fonte: Getty Images
Se a Terra passasse a girar mais rápido, as voltas mais velozes em torno do seu eixo afetariam de imediato o ritmo biológico da maioria dos seres vivos, que dependem da luz solar para regular os seus ciclos de sono, alimentação, reprodução e atividades em geral. As alterações climáticas, com ventos mais fortes, também teriam impacto negativo na saúde das pessoas.
A força centrípeta criaria uma força de atração mais forte entre a Terra e Lua. Isso formaria ondas absurdas e uma elevação da maré que poderia inundar todas as zonas costeiras do planeta.
Embora os potenciais efeitos de uma duplicação na velocidade de rotação da Terra sejam difíceis de prever, pois dependem de uma série de variáveis — como distribuição da massa da Terra e a força da gravidade — é certo que seus efeitos seriam devastadores para os habitantes do planeta.
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