Existem diferentes tipos de metais com propriedades magnéticas, mas o cobre não é um deles. Um exemplo claro são os ímãs que grudam na porta da geladeira, atraídos pelo metal ferromagnético. Contudo, os cientistas sabem há muito tempo que, apesar de não ser magnético, o cobre reage de forma incomum quando está próximo de um ímã em movimento.
Em 1935, o cientista indiano S. Ramachandra Rao publicou um estudo descrevendo diversas experiências sobre o efeito do magnetismo no cobre. Mas os pesquisadores já investigavam a relação entre esses materiais muito antes disso.
Mesmo que já soubessem que esse metal exibe comportamentos incomuns quando estão próximo a ímãs, a ciência agora tem uma compreensão mais detalhada do motivo por trás dessa característica.
Se você tiver os materiais necessários e quiser realizar o experimento em casa: pegue um pedaço de cobre e um ímã de geladeira e junte as superfícies dos dois. O resultado será simples: nada acontecerá.
É importante entender que, embora o metal não seja ferromagnético, ele apresenta propriedades magnéticas — assim como todos os elementos na natureza. Ferro, cobalto e níquel são os materiais mais comuns que demonstram uma forte atração por campos magnéticos.
Em mensagem ao site LiveScience, o professor de física Michael Coey, associado do Trinity College Dublin, na Irlanda, afirma que a maioria dos elementos apresenta características paramagnética ou diamagnética. Nesse caso, o cobre se enquadra como diamagnético.
“Com paramagnetos, quando você aplica um campo magnético, obtém uma magnetização muito pequena na direção do campo. Para diamagnetos, quando você aplica um campo magnético, você obtém uma magnetização ainda menor na direção oposta ao campo”, disse Coey.
Cobre e ímãs: uma relação estranha
Já sabemos que esses materiais têm uma interação peculiar, mas qual é exatamente a reação de um ímã próximo a um pedaço de cobre? Inicialmente, o ímã em movimento começa a desacelerar à medida que se aproxima do cobre e, aparentemente, parece levitar sobre sua superfície.
O ímã não levita de verdade; a impressão de levitação ocorre devido ao movimento lento durante sua movimentação sobre o cobre. Esse efeito é causado por um fenômeno chamado correntes de Foucault. Vale destacar que essa aparente levitação só acontece enquanto o ímã está em movimento; quando ele fica parado sobre o cobre, não ocorre.
Segundo dados históricos, cientistas acreditam que o cobre foi o primeiro metal utilizado pela humanidade.Fonte: Getty Images
Como o cobre tem baixa resistência elétrica em comparação aos outros metais, ele é um bom condutor. Quando o ímã se aproxima, correntes elétricas são induzidas, gerando um campo magnético que se opõe ao movimento do ímã. A reação provoca a desaceleração do ímã em movimento, criando a impressão de levitação.
A reação também segue o fenômeno descrito pela Lei de Lenz, que trata da indução magnética. Proposta pelo físico alemão Heinrich Lenz em 1834, essa lei explica que a corrente induzida em um condutor gera um campo magnético que se opõe ao campo que a produziu. Nesse caso, o cobre atua como condutor, e o ímã é responsável por induzir a corrente.
Enfim, esse efeito é simplesmente um fenômeno de indução de correntes elétricas em um metal condutor que não possui propriedades ferromagnéticas, o que pode gerar dúvidas. Porém, após ser explicado, o fenômeno deixa de parecer tão estranho.
“Toda matéria exibe propriedades magnéticas quando colocada em um campo magnético externo. Mesmo substâncias como cobre e alumínio, que normalmente não são consideradas como tendo propriedades magnéticas, são afetadas pela presença de um campo magnético como o produzido por qualquer polo de um ímã”, é descrito na enciclopédia Britannica.
Ficou com alguma dúvida? Conte para gente em nossas redes sociais! Aproveite para entender também, porque não se deve usar ímãs para procurar meteoritos. Até a próxima!