Uma juíza do Estado de Delaware, nos Estados Unidos, anulou um acordo de um bônus salarial concedido ao bilionário em 2018. Segundo ela, quantia não é justa com os demais acionistas. Ação contra bônus salarial a Elon Musk foi ajuizada por um acionista que argumentou que se tratava de pagamento excessivo
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Uma juíza do Estado de Delaware, nos Estados Unidos, anulou um acordo de um bônus salarial de US$ 55,8 bilhões (cerca de R$ 275 bilhões) concedido a Elon Musk em 2018 pela empresa de carros elétricos Tesla.
A ação foi ajuizada por um acionista que argumentou que se tratava de pagamento excessivo.
A juíza Kathaleen McCormick disse que a compensação salarial a Musk é “uma quantia inimaginável” de dinheiro que não é justa com os demais acionistas. Ela decidiu que o acordo deveria ser cancelado.
Musk pode entrar com recurso na Suprema Corte de Delaware.
Em uma postagem no X (antigo Twitter), plataforma social que pertence a Musk, ele escreveu: “Nunca constitua sua empresa no estado de Delaware”.
O acordo salarial, decidido em 2018, foi o maior de todos os tempos na história corporativa, e contribuiu para tornar Musk a pessoa mais rica do mundo. Bloomberg e Forbes estimaram o patrimônio líquido de Musk entre US$ 198 bilhões (R$ 980 bi) e US$ 220 bilhões (R$ 1,089 tri), em novembro de 2023.
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O pacote da Tesla vinculou a remuneração de Musk a metas de desempenho, como o preço das ações da Tesla e a lucratividade. A informação é de que ele não recebe salário pela empresa.
Durante o julgamento, que durou uma semana, os advogados argumentaram que o acordo foi feito para garantir que Musk — segundo eles, um dos empresários mais dinâmicos do mundo — continue se dedicando à empresa.
Mas a juíza McCormick disse, em sua decisão, que os diretores da Tesla foram “varridos pela retórica” em torno do “apelo de superstar” de Musk.
Além disso, disse que Musk tinha “extensos laços” com os funcionários da Tesla encarregados de negociar o prêmio salarial. Ela citou o relacionamento de 15 anos dele com o presidente do comitê de remuneração, Ira Ehrenpreis.
Ela afirmou, ainda, que Musk também tinha relações comerciais, de mais de 20 anos, com outro membro do comitê de remuneração, Antonio Gracia.
Após a divulgação da decisão, Greg Varallo, advogado do acionista da Tesla que apresentou ação, Richard Tornetta, disse que foi um “bom dia para os mocinhos”, em um e-mail relatado pela agência de notícias Reuters.
“Dado que a juíza concluiu que Musk está no controle do conselho, é difícil justificar uma transação como esta”, disse Brian Quinn, professor da Boston College Law School (EUA), à BBC.
As ações da Tesla caíram cerca de 2,5% em Nova York. Neste ano, elas já perderam mais de 20% de seu valor.
Musk também postou no X: “Recomendo a constituição de empresa em Nevada ou no Texas se você preferir que os acionistas decidam os assuntos”.
Ele então postou uma enquete perguntando a seus seguidores se a Tesla deveria ou não “mudar seu estado de incorporação para o Texas, onde fica a sua sede física”.
Brian Quinn afirmou que “essa é uma questão para os acionistas da Tesla, não para seus seguidores no Twitter”.
Além de ser o executivo-chefe e principal acionista da Tesla, Musk também possui várias outras empresas — incluindo a plataforma de mídia social X, a empresa de foguetes SpaceX e a empresa de chips cerebrais Neuralink.
Após vender uma grande parte de sua participação na Tesla para comprar o X, Musk atualmente possui cerca de 13% da montadora de carros elétricos. Recentemente, ele disse que deseja ter uma participação maior na empresa.
Musk disse estar preocupado com os investimentos da Tesla em tecnologia de inteligência artificial (IA).
“Não me sinto confortável em fazer da Tesla líder em IA e robótica sem ter 25% de controle de voto”, disse ele em uma postagem nas redes sociais.
Ele disse que a atual estrutura acionária torna a Tesla vulnerável a uma “aquisição por interesses duvidosos” e quer mais controle sobre sua direção.
“A menos que seja esse o caso, preferiria construir produtos fora da Tesla”, disse Musk.
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