O jornal The New York Times venceu a categoria reportagem internacional do prêmio Pulitzer 2024 por sua cobertura da guerra Israel-Hamas; a agência de notícias Reuters, por sua vez, ganhou a categoria fotografia breaking news também pelo material produzido sobre o conflito no Oriente Médio.
Os vencedores de todas as categorias foram anunciados nesta segunda-feira (6). O New York Times foi vitorioso ainda nas categorias reportagem investigativa, com a série de Hannah Dreier sobre trabalho infantil nos Estados Unidos, e reportagem especial, com texto de Katie Engelhart sobre os desafios e transformações de uma família cuja matriarca sofria de demência.
Além do prêmio de fotografia, a Reuters foi vencedora no prêmio de reportagem nacional com série de textos sobre os negócios de Elon Musk, da Tesla à SpaceX, que “exibiu notável amplitude e profundidade e provocou investigações oficiais das práticas de suas empresas na Europa e nos EUA”, segundo o site do prêmio.
O jornal The Washington Post também foi um dos grandes vencedores, em três categorias. A série do diário americano sobre o fuzil semiautomático AR-15, comumente usado em massacres nos EUA, foi uma das vencedoras ao lado da Reuters na categoria reportagem nacional.
O jornal venceu ainda na categoria comentário, com Vladimir Kara-Murza, ativista russo crítico do Kremlin que está preso na Rússia, e David Hoffman, por série de textos a respeito do uso de novas tecnologias e táticas de regime autoritários ara reprimir opositores e dissidentes na era digital.
A agência Associated Press ganhou o prêmio de fotografia especial por material produzido sobre as jornadas de imigrantes pela América Central em direção aos EUA, e a agência ProPublica saiu vitoriosa na categoria serviço público pela cobertura sobre as relações entre juízes da Suprema Corte e bilionários —que terminou por fazer com que o tribunal adotasse seu primeiro código de conduta.
Na última quinta-feira (2), o conselho do Pulitzer emitiu um comunicado em que reconheceu o trabalho de jornalistas estudantes, com destaque para os alunos da Universidade Columbia —casa do prêmio— durante a cobertura dos protestos pró-Palestina nas universidades americanas que se espalharam pelo país e têm sido reprimidos pela polícia a pedido das instituições.
“À medida que nos reunimos para considerar o melhor e mais corajoso jornalismo da nação, o conselho do prêmio Pulitzer gostaria de reconhecer os esforços incansáveis dos estudantes jornalistas em nossos campi universitários, que estão cobrindo protestos e tumultos enfrentando grandes riscos pessoais e acadêmicos”, disse o conselho.
“No espírito da liberdade de imprensa, esses estudantes trabalharam para documentar um importante evento nacional em circunstâncias difíceis e perigosas, correndo o risco de serem presos.”
Os prêmios, concedidos desde 1917, levam o nome do influente editor de jornais Joseph Pulitzer, que morreu em 1911 e deixou em seu testamento uma verba para ajudar a iniciar uma escola de jornalismo em Columbia e criar a premiação.
Atualmente, há 15 categorias para reportagens e fotografia, além de sete prêmios em literatura, teatro e música. O conselho, formado por editores seniores dos principais meios de comunicação e acadêmicos dos EUA, preside o processo de julgamento.