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Novos confrontos deslocam cerca de 135 mil pessoas no leste da RD Congo

Novos confrontos entre forças governamentais e o grupo armado M23 já deslocaram cerca de 135 mil pessoas da cidade de Sake, no leste da República Democrática do Congo, RD Congo.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, disse que “uma vez mais, os civis suportam o peso da violência” no país africano. 

Segurança de deslocados

Os novos confrontos acontecem na margem do Lago Kivu e seguem em direção à capital da província do Kivu do Norte. Goma está situada a cerca de 25 quilômetros de distância do local onde ocorrem os confrontos.

Os episódios de confrontações incluem relatos de bombas caindo sobre áreas civis nas cidades de Sake e Goma, onde vivem cerca de 65 mil deslocados internos. A situação levanta “preocupações significativas” com a segurança do grupo.

© Unicef/Jospin Benekire

Desde primeira semana de fevereiro, pelo menos 15 civis morreram e 29 pessoas ficaram feridas em torno de Goma e Sake

O Acnur aponta que o uso crescente de artilharia pesada e bombardeios em torno de Goma é uma das grandes ameaças aos civis e aos deslocados, colocando mais vítimas em perigo e destruindo edifícios usados como abrigos comunitários.

A agência da ONU defende que a existência de munições não detonadas é um grande risco para as crianças. Desde primeira semana de fevereiro, pelo menos 15 civis morreram e 29 pessoas ficaram feridas em torno de Goma e Sake.

Corredores seguros para a ajuda

Para a diretora regional do Acnur para a África Austral, Chansa Kapaya, a situação é “trágica e inaceitável”. Ela fez um apelo a todas as partes para que protejam os civis, respeitem o direito humanitário e criem corredores seguros para a ajuda.

Um dos maiores fatores de pressão são os bombardeios indiscriminados numa situação em que os recursos são limitados para acomodar 800 mil deslocados da região e o total de 2,5 milhões de desalojados da província do Kivu do Norte.

O Acnur ressalta que a escalada da violência limita o acesso às populações isoladas nos territórios orientais de Masisi e Rutshuru. Esta realidade agrava os desafios já enfrentados pelas agências humanitárias na prestação de assistência essencial.

Com poucas opções viáveis para garantir a passagem segura de auxílio a partir de Goma, as comunidades deslocadas vivendo na cidade enfrentam uma piora rápida nas condições de vida. O Acnur enfatizou que é preciso proteger a vida e o bem-estar dos civis e daqueles que foram obrigados a fugir das suas casas. 

Alívio do sofrimento dos civis afetados pela violência 

A agência pede o fim imediato dos combates e que sejam realizadas negociações urgentes para resolver o conflito visando o alívio do sofrimento dos civis afetados pela violência.

Os combates e os deslocamentos acontecem em meio a um surto de cólera e cheias que desde janeiro causaram danos em infraestruturas. 

Até a semana passada foram destruídas ou danificadas 100 mil casas, 1.325 escolas, 267 unidades de saúde e grandes áreas de terrenos agrícolas. Pelo menos 2 milhões de pessoas precisam de auxílio. Cerca de 60% delas são crianças.

FONTE

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