Nesta quinta-feira, o Conselho de Segurança adotou uma resolução sobre o Sudão exigindo que os paramilitares das Forças de Apoio Rápido, RSF, acabem o cerco da cidade de El Fasher, a capital do estado de Darfur do Norte.
O texto que passou com 14 votos a favor e a abstenção da Rússia pede o fim imediato dos combates e o alívio da tensão que envolve o grupo e as Forças Armadas Sudanesas.
Proteção de Civis
A resolução 2736 foi proposta pelo Reino Unido e determina ainda que todas as partes no conflito garantam a proteção de civis, permitindo o movimento daqueles que queiram se deslocar de dentro e fora de El Fasher para áreas mais seguras.
O Conselho lembra que todos os civis devem ser protegidos de acordo com o direito internacional.
Desde abril de 2023, os confrontos entre forças do Exército do Sudão e das RSF provocaram mais de 16.650 mortes. Estima-se que em El Fasher 192 pessoas foram mortas e mais de 1.230 ficaram feridas.
A situação provocou reações de altos funcionários da ONU que manifestaram alarme com a escalada da violência, as graves consequências humanitárias e outros efeitos, incluindo uma possível divisão de Darfur.
Situações de segurança e humanitária
Entre abril e maio, estima-se que 130 mil pessoas foram deslocadas devido aos combates em El Fasher.
A resolução, adotada na quarta reunião do Conselho de Segurança realizada desde abril, expressa alarme com a situação humanitária. Esta realidade é descrita como sendo “catastrófica e em degradação”, em meio à iminente segurança alimentar aguda em nível de crise ou ainda pior, e o risco de fome, em particular em Darfur.
O Conselho também expressa grande preocupação com a disseminação da violência, incluindo de atos com motivação étnica atribuídos às RSF em El Fasher e arredores, e em El Geneina, em Darfur Ocidental, entre 24 de abril e 19 de junho.