Agências da ONU anunciaram nesta terça-feira a parceria Avisos Antecipados para Todos. A meta é que, até 2027, seja oferecida proteção contra eventos climáticos extremos em todo o mundo por meio de sistemas de alerta precoce.
Em nota, a Organização Meteorológica Mundial e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, dizem que apesar da necessidade urgente, apenas metade dos países relatam ter sistemas adequados.
Planos de emergência e resposta
Uma proporção ainda menor que a metade enfrenta riscos devido a estruturas regulatórias que associam alertas antecipados a planos de emergência e resposta. Também há lacunas no sistema de observação global para gerar as previsões.
As agências da ONU alertam que comunidades agrícolas em todo o mundo estão mais vulneráveis a riscos climáticos, incluindo secas, inundações, tempestades e ondas de calor.
Esta série de eventos climáticos extremos “pode atrasar sistemas agroalimentares” e comprometer sua disponibilidade, acesso, utilização e estabilidade, considerados os pilares da segurança alimentar.
As secas levam à escassez de água, limitando o desenvolvimento das plantações e causando perdas econômicas substanciais para os agricultores. Já as inundações podem destruir colheitas, provocar a erosão do solo fértil e interromper a infraestrutura agrícola essencial.
Estresse térmico
Outro problema são os danos provocados pelas ondas de calor que “causam estresse térmico em plantas e gado, diminuindo a produtividade e aumentando as taxas de mortalidade”.
Nos países em desenvolvimento, os recursos e as infraestrutura limitados acentuam os desafios colocados pelas mudanças climáticas, o que requer proatividade para gerir o risco de desastres na agricultura. A parceria pretende reduzir de forma significativa o risco e a vulnerabilidade da agricultura a extremos climáticos.
A FAO destaca que a parceria Avisos Antecipados para Todos integra a Agenda de Aceleração do Secretário-Geral da ONU para colaborar para fazer justiça climática aos que estejam na linha de frente da crise.
Alerta sobre múltiplos riscos
Além de entidades das Nações Unidas a parceria envolve governos, sociedade civil e parceiros dos setores público e privado para acelerar a ação abordando lacunas e garantindo sistemas de alerta sobre múltiplos riscos afetando as pessoas.
Na iniciativa, a OMM fará observações, monitoramento, análise e previsão. A FAO garantirá auxílio especializado em campos como resiliência agrícola, segurança alimentar e conhecimentos sobre risco e adaptação às necessidades de comunidades agrícolas.
Um dos principais pontos da colaboração é a Somália, onde as agências ajudam estações meteorológicas e hidrológicas atualizando equipamentos de Tecnologia da Informação e Comunicação, dados e centros de capacitação no Chifre da África.