Neste 7 de abril é assinalado o 30º aniversário do genocídio de 1994 contra os tutsis no Ruanda. Em 100 dias, quase 1 milhão de pessoas foram mortas, sendo que a grande maioria era da etnia tutsi, e alguns hutus, twa ou opositores do genocídio.
Para a série de cerimônias deste ano, a mensagem do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, realça que é preciso união contra todas as formas de ódio e discriminação.
Sombra do colonialismo
António Guterres defende que pode ser traçada uma linha reta entre o massacre que foi “inflamado por tensões étnicas” e pela longa sombra do colonialismo.
Para o líder das Nações Unidas, os impulsos mais sombrios da humanidade estão sendo novamente “despertados pelas vozes do extremismo, da divisão e do ódio”.
Ele afirmou que se deve garantir que os atos que iniciaram em 7 de abril de 1994 nunca sejam esquecidos e nem se repitam.
O apelo do secretário-geral é que as vítimas do massacre nunca sejam esquecidas em nenhum lugar do mundo.
Justiça, unidade e reconciliação
Uma mensagem do alto comissário para os Direitos Humanos sobre a data saúda várias centenas de milhares de sobreviventes pela sua bravura. Para Volker Turk, a busca pela justiça, unidade e reconciliação por décadas deverá inspirar a todos.
O chefe de direitos humanos pediu ainda que todos os países redobrem seus esforços para que os suspeitos dos crimes que ainda vivem sejam conduzidos à justiça através da jurisdição universal.
A mensagem ressalta que a adoção de medidas como combate ao discurso de ódio ou incitamento à prática do genocídio devem ser priorizadas, bem como o combate à discriminação.
Turk pede que os eventos de Ruanda despertem a consciência da humanidade para sempre e sejam “um lembrete constante da necessidade de fazer tudo o que estiver ao alcance para prevenir o crime de genocídio em todo o mundo.”