Socorristas do Nepal começaram neste sábado (4) a escavar os escombros de construções que desabaram no pior terremoto no país em oito anos. Ao menos 157 pessoas morreram, e as buscas por sobreviventes continuam.
O tremor atingiu a região de Jajarkot, no oeste do país, na noite de sexta-feira (3), com magnitude de 6,4, segundo o Centro Sismológico Nacional do Nepal. O Centro de Pesquisa Geocientífica da Alemanha mediu a intensidade em 5,7 e o Serviço Geológico dos Estados Unidos, em 5,6.
Três cidades e três vilas foram impactadas em Jajarkot, que tem uma população de 190 mil habitantes, com casas espalhadas em colinas remotas. Pelo menos 85 pessoas ficaram feridas em Rukum West e 55 em Jajarkot.
“Muitas casas desabaram, muitas outras desenvolveram rachaduras. Milhares de moradores passaram a noite inteira em terrenos abertos e frios porque estavam com muito medo de entrar nas casas rachadas quando os tremores secundários ocorreram”, disse Harish Chandra Sharma, oficial de Jajarkot. “Eu mesmo não consegui entrar.”
Canais de TV locais mostraram equipes de resgate escavando os escombros com as próprias mãos em busca de sobreviventes nas ruínas das casas. Pessoas feridas foram mostradas sendo transportadas para um helicóptero de resgate para serem levadas a hospitais.
Autoridades temem que o número de mortos possa aumentar, já que os primeiros socorristas chegaram à área montanhosa próxima ao epicentro, a cerca de 500 km a oeste da capital, Katmandu, apenas no início deste sábado. O difícil acesso ao local atrasou o início das operações de resgate.
Embora a magnitude do terremoto não tenha sido severa, os danos e o número de mortos provavelmente serão altos devido à má qualidade das construções na região e ao fato de o sismo ter ocorrido enquanto as pessoas dormiam.
O trabalho de resgate será lento, pois as equipes de emergência devem primeiro desobstruir estradas bloqueadas por deslizamentos de terra em muitos lugares. Helicópteros e aviões pequenos podem se juntar aos esforços a qualquer momento, informaram as autoridades.
O primeiro-ministro Pushpa Kamal Dahal voou para a área neste sábado com uma equipe médica do Exército de 16 membros para supervisionar as operações de busca, resgate e ajuda, informou seu gabinete.
O seu gabinete apelou aos partidos políticos, aos assistentes sociais e ao público para que doassem fundos para ajudar a providenciar comida, água, roupas e tendas para os sobreviventes.
Os tremores foram sentidos em Nova Déli, cerca de 600 km de distância, e em outras partes do norte da Índia, abalando prédios e forçando as pessoas a correrem para a rua tarde da noite.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse estar profundamente triste com a perda de vidas e os danos no Nepal.
“A Índia se solidariza com o povo do Nepal e está pronta para oferecer toda a assistência possível. Nossos pensamentos estão com as famílias enlutadas e desejamos uma rápida recuperação aos feridos”, escreveu ele na plataforma X, o ex-Twitter.
O terremoto desta sexta foi o mais letal desde 2015 no Nepal, nação montanhosa entre a Índia e a China, quando cerca de 9.000 pessoas foram mortas em dois tremores. Cidades inteiras, templos centenários e outros locais históricos foram reduzidos a escombros na época, com mais de um milhão de casas destruídas.