Houve um tempo na humanidade em que observar o céu, mesmo a olho nu, nos trazia diversas informações sobre o cosmos e a vida terrestre. Ao observar o movimento aparente dos planetas, posição das estrelas, fases da lua, muito conhecimento foi produzido nos situando sobre em qual lugar no universo estamos e como podemos medir o tempo.
Mas para além do uso prático diário, observar objetos celestes nos dá pistas de como o universo se formou e continua em franco movimento. E uma dessas entidades cósmicas são as nebulosas, que nos indicam como novas estrelas nascem e como elas podem morrer.
A princípio, antes da invenção de instrumentos como lunetas e telescópios, todo aglomerado “enfumaçado” ou difuso no céu era considerado uma nebulosa. Incluindo a Galáxia de Andrômeda, que por muito anos foi considerada uma nebulosa. Mas o que elas são de fato? Saiba o que são nebulosas, alguns tipos de nuvens e como são feitas as fotos esplendorosas dessas nuvens cósmicas.
Em condições ideais de tempo e céu aberto, a Nebulosa de Órion pode ser vista no céu.Fonte: NASA, ESA, CSA
O que são nebulosa
As nebulosas são aglomerados de gás e poeira cósmica, geralmente presentes nos espaços interestelares, onde há grande riqueza de hidrogênio. São conhecidas como “berçário” de estrelas, por conterem as condições ideais para a formação de novos astros. No entanto, nem todas estão ativamente trabalhando para isso.
Ainda que todas possuam os elementos necessários para gerar novas estrelas, a formas como elas são produzidas, seus formatos e a quantidade de cada componente, faz com que elas sejam consideradas mais ou menos ativas, afinal nem toda nebulosa poderá criar estrelas novas.
Uma nebulosa recém-formada, por exemplo, ainda estará muito dispersa, não contendo pressão e densidade suficientes para “fundir” os elementos presentes na nuvem e atrair novos componentes para o envoltório de acreção. Mas nada impede que um dia, em sua trajetória celeste, ela seja capaz de gerar novas estrelas.
Como as nebulosas se formam?
Elas podem se formar de diversas maneiras, como, por exemplo, explosões de supernovas, pela morte de estrelas de menor magnitude, ou ainda, em regiões ricas em hidrogênio nas periferias estelares. Quando nosso Sol se cansar, por exemplo, ele poderá formar uma nebulosa planetária.
Ao contrário do que o nome sugere, esse tipo de nebula não é capaz de gerar planetas. Elas receberam esse nome graças a William Herschel, que observou pela primeira vez, em 1780, uma nebulosa em formato arredondado, que lembrava um planeta.
A Nebulosa Helix (NGC 7293) é um dos exemplares de nebulosas do tipo planetária.Fonte: NASA/JPL-Caltech/SSC/ Reprodução
Mas também existem as nebulosas oriundas das explosões de supernovas. Nesse caso, a formação dessas nuvens cósmicas está condicionada ao material expelido durante o colapso estelar. Esse tipo de nascimento confere à nebula o nome de remanescente de supernova.
A mais famosa remanescente é a Nebulosa do Caranguejo. Alguns astrônomos acreditam que ela seja oriunda de uma explosão de supernova documentada por astrônomos chineses e árabes no ano de 1054.
Saber a data em que as nuvens foram criadas contribui para o estudo de como as nebulosas se comportam, desenvolvem e se modificam ao longo dos anos. Ainda que em escalas cósmicas, 970 anos sejam praticamente segundos na história desses astros.
A Nebulosa do Caranguejo é uma das nuvens mais espetaculares do universo.Fonte: NASA, ESA, CSA, STScI, T. Temim/ Reprodução
Nebulosas escuras, por sua vez, são grandes concentrações de poeira nos espaços interestelares que tornam opacas as estrelas que possam estar atrás dessa nuvem de pó cósmico. Porém, ainda que essa cortina empoeirada impeça uma visualização direta, ela não interrompe as emissões de radiação dos corpos presentes nesse envoltório.
Por sua vez, as categorizadas como ‘de emissão’ e ‘difusas’, são as mais ativas na produção de estrelas, sendo também as mais densas e brilhantes. Existem outras categorias e subcategorias de nebulosas, que iram ser rotuladas por seus formatos, atividade e modo de nascimento.
As nebulosas contribuem para o ciclo de vida, morte e renascimento do cosmo, ao passo que cumprem o papel de coletar ejeções de material, guardar e reagrupar esses elementos, formando, novos astros.
Nebulosa Pata de Gato (NGC 6334) é do tipo emissão e pode ser vista na direção da constelação de escorpião.Fonte: NASA/JPL-Caltech/ Reprodução
Como são feitas as fotografias das nebulosas?
As nebulosas são fontes de radiação bastante significativas no universo. Sendo assim, as fotos são produzidas a partir da captação dos diferentes tipos de radiação emitidos por elas.
Em Terra, as fotos podem ser produzidas a partir de radiotelescópios e softwares de processamento de imagens. Nos céus, telescópios como o Hubble, pioneiro nas imagens desses objetos, utilizam aparelhos de captação de radiação em diferentes comprimentos de onda.
Contando com uma tecnologia mais avançada, o telescópio James Webb conta com sensores muito mais sensíveis, possibilitando melhor captação de ondas de infravermelho próximas e de médio alcance. O que proporciona leituras mais nítidas e com melhor precisão.
Essa diferenciação nas captações de radiação é que proporcionam as diferenças nas cores das fotos que temos disponíveis de nebulosas, planetas e outros objetos celestes.
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