Um navio porta-contêineres de Israel foi apreendido por forças do Irã após um ataque por helicóptero neste sábado (13). A ação, confirmada pela agência de notícias iraniana Tasnim, é uma possível retaliação a Israel pelo bombardeio contra a seção consular de sua embaixada em Damasco, capital da Síria. Este ataque, em 1º de abril, matou sete integrantes da Guarda Revolucionária iraniana, incluindo dois generais. Teerã atribuiu a autoria a Tel Aviv, que não confirmou envolvimento, mas continuou a ser responsabilizado.
Na quarta (10), o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, reiterou que Israel seria “castigado”. E o movimento libanês Hezbollah, apoiado pelos iranianos, anunciou que o disparo de “dezenas de foguetes” contra posições israelenses nesta sexta fez parte de uma resposta aos ataques de Tel Aviv no sul do Líbano.
Para os governos israelense e americano, o risco de uma escalada regional da guerra em Gaza aumentou. A Casa Branca havia afirmado que as ameaças de um ataque do Irã contra Israel eram “críveis” e “reais”. Pouco depois, os EUA anunciaram, sem entrar em detalhes, o envio de reforços ao Oriente Médio.
O presidente americano, Joe Biden, reforçou seu apoio veemente a Israel. O movimento se deu após as tensões entre o democrata e o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, por divergências em relação à guerra em Gaza, especialmente quanto ao estabelecimento de um novo cessar-fogo no conflito e a dificuldades para a entrada de ajuda humanitária no território palestino.
Biden disse acreditar que o Irã atacaria Israel no curto prazo e alertou Teerã para não prosseguir com a eventual ofensiva. “Minha expectativa é que [o ataque] seja mais cedo ou mais tarde”, disse. Questionado sobre a mensagem que gostaria de transmitir a Teerã, respondeu: “Não o faça! Ajudaremos Israel a se defender, e o Irã vai fracassar.”
Desde quinta (11), o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, estava em contato com o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, sobre os preparativos para um ataque iraniano contra Israel. “Se o Irã atacar de seu território, Israel vai responder e atacar o Irã”, alertou o chanceler israelense, Israel Katz.
Gallant afirmou ainda que Israel e EUA estão lado a lado frente à ameaça. “Nossos inimigos pensam que podem separar Israel e EUA, mas é justamente o contrário: estamos nos unindo e fortalecendo nossos laços”, disse.
Países como EUA, Índia, França, Alemanha e Rússia alertaram seus cidadãos contra viagens à região, que já está sob tensão por causa da guerra em Gaza, iniciada há mais de seis meses. Os militares israelenses disseram que não tinham emitido novas instruções para os civis, mas que suas forças estavam em alerta máximo e preparadas para uma série de cenários.
Antes do ataque deste sábado (13), autoridades iranianas e diplomatas dos EUA disseram que o Irã sinalizou a Washington o desejo de evitar uma escalada. Segundo o jornal Financial Times, militares do país persa disseram a aliados e nações ocidentais que a retaliação seria feita de maneira “calibrada” para evitar um “conflito regional total”.