O Ministério Público de Alagoas (MPAL) está acompanhando as investigações sobre a morte de José Bernardo Correia, de 45 anos, ocorrida na tarde dessa quinta-feira, 25, após um possível surto psicótico do homem em um shopping da parte baixa de Maceió. O promotor de justiça, Magno Alexandre Moura, conversou nesta sexta-feira, 26, com o Fique Alerta e reforçou as recomendações por uso de câmeras corporais e armas não letais em situações deste tipo.
“Sem sombra de dúvidas há uma necessidade de implementação urgente das câmeras corporais por parte da Polícia Militar de Alagoas, das forças de segurança. Com isto, na primeira abordagem, no uso proporcional da força, a situação que se apresenta não se pode usar armas letais. Porque certamente a vida da pessoa vem a ser o bem maior atingido. Então, há necessidade de que se use primeiramente armas não letais”.
De acordo com o promotor, o Ministério Público Estadual e o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos já recomendaram e fizeram um estudo técnico sobre o assunto, inclusive, visitando outras unidades da federação”. “Demonstrando o quanto isso só ganha a população e a própria corporação, da transparência dos atos que são praticados para manter a ordem pública e resguardar o patrimônio e as vidas das pessoas”, afirmou Magno Alexandre.
A Polícia Civil instaurou procedimento para investigar as circunstâncias que levaram à morte de José Bernardo Correia. Como parte da investigação, além das intimações, a polícia já solicitou imagens do circuito de segurança do shopping. Seguranças que participaram da abordagem ao homem em surto foram intimados e serão ouvidos na próxima segunda-feira (29).
“Em uma situação como essa, com a câmera corporal poderia elucidar rapidamente, de forma bastante transparente o que aconteceu. Isso é tão importante para o policial que foi atender uma ocorrência a fim de demonstrar que as técnicas empregadas são necessárias para conter aquela situação. Tanto quanto o esclarecimento junto aos familiares da vítima e à sociedade de que tenha ou não responsabilidades de quem quer que seja, ou pela polícia ou pela própria vítima que, infelizmente, morreu”, opinou o promotor.
Polícia Militar vai apurar conduta – Em nota publicada nesta sexta-feira, a Polícia Militar de Alagoas afirmou que o tiro partiu de um dos policiais do 1º Batalhão, que atendeu à ocorrência.
“O comando-geral da Polícia Militar de Alagoas lamenta profundamente o falecimento do indivíduo J.B.C.S., que entrou em surto psiquiátrico no Maceió Shopping, na tarde de quinta-feira (25), e acabou sendo atingido por um tiro de arma de fogo na perna, disparado por um dos policiais do 1º Batalhão, acionado para dar suporte à equipe do Serviço Móvel de Urgência (Samu) na contenção da vítima.
A Corporação comunica que já abriu procedimento preliminar para averiguar as ações adotadas pelos policiais militares durante a ocorrência, respeitando o contraditório e a ampla defesa dos envolvidos”.
A nota também apresentou esclarecimentos do atendimento no Hospital Geral do Estado, onde o homem não resistiu aos ferimentos e faleceu.
“A Secretaria de Saúde do Estado (Sesau), por sua vez, informa que o paciente foi prontamente atendido pelo Samu, seguindo os procedimentos e protocolos para pessoas em surto ou agressão. Após o atendimento pré-hospitalar, J.B.C.S foi encaminhado ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde recebeu toda assistência necessária”.