Antonio Felix Carbajal Rodríguez era conhecido em seu país, o México, como “O Cinco Copas”. O apelido é autoexplicativo: referia-se ao número de Copas do Mundo por ele disputadas.
Ele foi o primeiro de oito atletas que marcaram presença em cinco Mundiais.
Depois vieram seus compatriotas Andrés Guardado, Rafael Márquez e Guillermo Ochoa e os craques Lothar Matthäus (Alemanha), Gianluigi Buffon (Italia), Cristiano Ronaldo (Portugal) e Lionel Messi (Argentina).
Desses, os goleiros Ochoa e Buffon, apesar de terem estado em cinco edições da Copa, não foram a campo em todas. O primeiro ficou na reserva em 2006 (Alemanha) e 2010 (África do Sul), e o segundo foi suplente em 1998 (França).
Carbajal, que tinha 1,81 m (os goleiros à época não eram tão altos como os de agora), participou dos Mundiais de 1950 (Brasil), quando tinha 21 anos, 1954 (Suíça), 1958 (Suécia), 1962 (Chile) e 1966 (Inglaterra).
No total, atuou como titular em 11 partidas, sendo que em todas as Copas em que esteve começou jogando pelo menos uma vez e foi o capitão do time em duas delas (1958 e 1962).
Não teve, contudo, sucesso nos resultados: oito derrotas, dois empates e uma única vitória, em 1962, 3 a 1 na Tchecoslováquia, que chegaria depois à decisão e perderia para o Brasil de Garrincha, Vavá e Amarildo.
O Brasil foi o adversário que mais vezes Carbajal enfrentou em Copas, duas vezes: 0 a 4 em 1950, no Maracanã com mais de 81 mil torcedores, e 0 a 2 no estádio Sausalito, em Viña del Mar.
Nesse segundo jogo, no Mundial chileno, levou um gol de Pelé, antes de o Rei do Futebol se machucar e desfalcar a seleção brasileira no torneio.
Nos 11 jogos de que participou, o camisa 1 mexicano foi vazado 25 vezes, média de 2,3 gols por partida.
Não buscou a bola nas redes uma única vez, justamente em sua última aparição em um Mundial, diante do Uruguai, 0 a 0 em 1966 no lendário estádio de Wembley, em Londres.
“É com profunda tristeza que tomamos conhecimento da morte de Antonio Carbajal, o primeiro futebolista a disputar cinco Mundiais”, escreveu o presidente da Fifa, Gianni Infantino.
Carbajal, o último remanescente da seleção mexicana que veio ao Brasil para a Copa de 1950, morreu na terça-feira (9), aos 93 anos, em León, cidade em que defendeu o clube local por 17 anos.
Em rede social, o León prestou sua homenagem: “Dom Antonio, as lendas nunca morrem. Sempre seguiremos sua mão. É uma honra ser o seu time”. O site da seleção mexicana foi sucinto e direto: “Você é eterno”.
Carbajal tinha problema de pressão alta e estava hospitalizado havia uma semana.
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