Mísseis israelenses atingiram o Irã, segundo as emissoras americanas ABC News e CBS News na noite desta quinta-feira (18), manhã de sexta (19) na região, citando autoridades do governo americano. Ainda não há confirmação oficial, nem de Tel Aviv, nem de Teerã, sobre ataque ou autoria.
Se confirmada, a ação ocorre após um ataque sem precedentes do Irã contra Israel no último sábado (13), em resposta ao bombardeio à embaixada iraniana em Damasco que matou membros da Guarda Revolucionária, em 1º de abril. O regime iraniano responsabiliza Tel Aviv, que não assumiu autoria de forma explícita.
De acordo com a agência de notícias iraniana Fars, explosões foram ouvidas em um aeroporto na cidade de Isfahan (330 km ao sul de Teerã), mas os relatos não indicam possível causa nem onde ocorreram as explosões. A mídia estatal iraniana afirma que voos foram suspensos e desviados no país, incluindo em Isfahan e na capital.
À Reuters, uma fonte do Irã diz que o regime ativou o sistema de defesa aérea em Isfahan para repelir outros ataques. Isfahan é o nome da capital e da província onde ela se localizada —a região abriga uma importante instalação nuclear iraniana.
Também à agência de notícias, um funcionário do regime iraniano diz que explosões ouvidas em Isfahan foram resultado do sistema de defesa aéreo em funcionamento e negou que o Irã tenha sido alvo de mísseis.
Segundo a emissora estatal de Teerã, as instalações nucleares do país não foram atingidas. Não há confirmação de danos em solo.
À rede americana NBC, um funcionário do governo americano também confirma o ataque. A mesma pessoa diz que Washington não participou, mas foi avisado por Israel sobre a ofensiva.
Até o começo da madrugada desta sexta no Brasil, o governo de Israel não comentou o assunto.
A agência estatal iraniana Irna afirmou ainda que uma série de explosões atingiram alvos militares na Síria e no Iraque.
No fim de semana, o regime xiita lançou centenas de drones e mísseis do território iraniano em direção a Israel. A maioria dos armamentos foi derrubada antes de atingir o território israelense por Tel Aviv e aliados, como os EUA.
No Conselho de Segurança das Nações Unidas nesta quinta-feira, o Irã disse que Israel “deve ser compelido a interromper qualquer outra aventura militar contra nossos interesses”.
Israel havia dito que iria retaliar o ataque de mísseis e drones do Irã em 13 de abril, mas não havia consenso, ao menos publicamente, no gabinete de guerra comandado pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu sobre o escopo do ataque —ou quando e onde ele ocorreria.
Um comandante da Guarda Revolucionária Iraniana anunciou nesta quinta que o país iria rever a doutrina nuclear se Israel respondesse ao ataque inédito feito por Teerã. O processo de enriquecimento do urânio conduzido pela nação persa levanta preocupações da comunidade internacional, embora autoridades locais digam que os fins são “estritamente pacíficos”.