‘Minha vó é minha grande heroína’, afirma neto de idosa que morreu atropelada em SP – Notícias – EERBONUS
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‘Minha vó é minha grande heroína’, afirma neto de idosa que morreu atropelada em SP – Notícias


“A minha avó é minha grande heroína. É muito dolorido saber que ela se foi dessa forma”, afirma o neto de Alcina Affonso de Franco, de 82 anos, morta após ser atropelada no domingo (29), na zona norte de São Paulo.


A idosa e as amigas Alzira Rodrigues Alves Teixeira, de 76 anos, e Leonilda Aparecida dos Santos, de 78, estavam a caminho da igreja, na região do Tucuruvi, quando um carro em alta velocidade invadiu a calçada e as atingiu. Elas foram levadas a hospitais da região, mas não resistiram aos ferimentos.


O motorista Felipe Zacarias Rodrigues teve a prisão preventiva decretada. O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio e embriaguez pelo 73° Distrito Policial.



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Alcina morava sozinha em um apartamento, na região do Tucuruvi, localizado a menos de 1 km da igreja. Em razão da idade avançada e da mobilidade reduzida, ela sempre frequentava as cerimônias religiosas acompanhada das amigas, aos domingos e em outros dias da semana. Todas eram muito ativas e conhecidas na comunidade.


Ao R7, o jornalista Guilherme Franco Nannini, de 22 anos, conta que viu a avó pela última vez no sábado (28), enquanto comemoravam o aniversário do tio. Segundo Guilherme, a idosa — que deixa dois filhos e dois netos — estava muito feliz, pois gostava de ver a família toda reunida.


“Meus pais foram primeiro para o churrasco. Eu e a minha namorada fomos depois de Uber. A primeira pessoa que veio falar comigo foi, justamente, ela. Minha avó sempre brincava muito comigo, e ela disse: ‘Poxa, não quer mais ver sua vó? Você chegou atrasado. Estava com tanta saudade’. Parece que foi algo do destino”, relembra, emocionado.


No sábado, o jornalista se recorda de ter falado sobre diversos assuntos com Alcina, especialmente de palavras cruzadas, um passatempo que eles compartilhavam. “Eu falava que eu era um velhinho que nem ela”, afirma.


Gratidão


Aposentada há mais de 20 anos, Alcina trabalhou como chefe de uma repartição na Prefeitura de São Paulo. “Ela começou a trabalhar desde nova e veio de uma família muito humilde. A minha mãe conta que nunca chegaram a passar fome, mas era uma família que realmente tinha tudo contado”, conta Guilherme.


Além do amor e do carinho, o rapaz é grato pela participação de Alcina em sua formação acadêmica e em sua criação. “Minha avó pagou praticamente todos os meus estudos. Conseguiu fazer com que eu me formasse em jornalismo. Sem ela eu não teria conseguido fazer nada”, diz.


“A gente brincava tanto. Tadinha, eu quase matei ela uma vez. A gente tava jogando bola, e ela escorregou no tapete da sala, bateu as costas. Mas ela fez a minha infância, porque jogava comigo, brincava de carrinho, fazia o que fosse preciso”, lamenta Guilherme.


O atropelamento


Alcina, Alzira e Leonilda morreram após serem atropeladas na avenida General Ataliba Leonel, no domingo (29). 


Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), o motorista estava em um bar com outros dois amigos e consumiu bebida alcoólica. Ele conduzia o carro em alta velocidade quando bateu em uma árvore e atropelou as idosas, que estavam na calçada.


No veículo também havia dois passageiros. Um deles, uma jovem, ficou ferida no acidente e foi levada ao pronto-socorro, onde permanecia internada.


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