O presidente da Argentina, Javier Milei, está pondo em prática o que prometeu ao longo de toda a campanha eleitoral: cortar os gastos do governo.
Uma das medidas adotadas é o corte de funcionários públicos. Estima-se que entre 5.000 e 7.000 pessoas com cargos federais perderão o emprego assim que o ano de 2024 começar.
A gestão Milei mira os chamados “funcionários-nhoques”, expressão popular que faz referência àqueles que não trabalham mas recebem salário todo dia 29, a mesma data em que o prato de origem italiana é servido para trazer sorte e prosperidade.
O jornal argentino La Nación publicou que os contratos assinados há menos de um ano e com término no dia 31 de dezembro não serão renovados.
Segundo o porta-voz do governo, Manuel Adorni, será realizada uma auditoria, nos próximos 90 dias, para avaliar quais cargos são dispensáveis e quais serão mantidos. Estima-se que mais de 45 mil contratos serão analisados.
Milei cortou nove dos 18 ministérios e reduziu de 106 para 54 o número de secretárias assim que assumiu a faixa presidencial de Alberto Fernández.
O Indec (instituto de estatística argentino) divulgou um relatório em outubro deste ano que contabilizou que a Argentina tem mais de 338 mil funcionários públicos. Com um governo mais enxuto, mais trabalhadores federais ainda devem perder o emprego.
Megadecreto
Na última quarta-feira (20), o presidente argentino assinou um megadecreto que modifica ou revoga mais de 300 leis, que altera regimes trabalhistas, afeta aluguéis e facilita o processo de privatizações de empresas estatais, como a Aerolíneas Argentinas, o Banco de la Nación Argentina e a YPF.
Milei afirma que o pacote de medidas tem como foco desregular a economia, em um “choque libertador”, que seria “amigável com a competência, com os mercados, com os argentinos de bem”.
O objetivo de Milei é que os cortes dos custos do cofre público argentino cheguem a uma economia equivalente a 5% do PIB (Produto Interno Bruto).
A canetada de Milei foi o estopim para uma série de protestos pelas ruas das principais cidades do país, e sindicatos prometem greves e paralisações para pressionar a Casa Rosada.