Dias atrás, na rodada sul-americana das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, dois momentos foram marcantes, ambos na terça-feira (17).
Em Uruguai 2 x 0 Brasil, em Montevidéu, no final do primeiro tempo Neymar pegou a bola no meio-campo, tentou passar por De la Cruz, levou um encontrão e desabou na grama do estádio Centenario.
Logo após a queda, as imagens mostraram o camisa 10 da seleção gritando de dor e indicando que havia um problema no joelho esquerdo. A lesão, se constataria depois, era séria.
Neymar teve ruptura do ligamento cruzado anterior e do menisco, passará por cirurgia e ficará no mínimo seis meses sem jogar futebol, podendo chegar a um ano.
“É um momento muito triste, o pior“, escreveu o atacante.
Em horário posterior à partida do Brasil, fechando a jornada, Peru 0 x 2 Argentina no Estádio Nacional de Lima.
Jogo equilibrado até que, aos 32 minutos, avanço da Argentina pela esquerda, e Nico González cruza para a área. Quem chega na corrida é Messi, que iniciara o ataque no campo de defesa.
Ele conclui e supera pelo alto o goleiro Gallese, que, mesmo com 1,90 m, não a alcança. Seria apenas mais um gol do camisa 10, artilheiro e capitão da atual campeã mundial, porém não foi comum.
Do jeito que aconteceu, da forma como Messi dava a passada, seu esforço foi mínimo no movimento do chute com o pé esquerdo –como se a bola tivesse escolhido chegar de um jeito que tornasse facílima a vida do craque.
Ao ver e rever o lance, escrevi em um grupo de colegas no WhatsApp: “A bola ama os verdadeiros e incontestáveis craques. Pareceu que ela ‘tabelou’ como pé do Messi para encobrir o goleiro. Maravilhoso”. Messi ainda marcaria o segundo gol do jogo.
Esses acontecimentos são um retrato do que se fixa na memória em relação aos principais jogadores do Brasil e da Argentina na última década, década e meia.
De Messi, 36, as lembranças imediatas são de jogadas grandiosas, arranques imparáveis, finalizações precisas. Um astro que liderou seu país à conquista de uma Copa do Mundo.
A bola o procura e o trata como um filho, dando-lhe seguidas alegrias.
E ele retribui: nos pés de Messi, a bola é majestade, está sempre sendo reverenciada, não há (com raríssimas exceções) passe ou chute malfeito.
Compatibilidade absoluta.
De Neymar, 31, em vez da bola, em vez de gols e dribles, as lembranças são da grama.
Vários e vários registros dele caído no campo, seja pelas constantes lesões na carreira (costas na Copa de 2014, pé em 2018 e 2019, tornozelo em 2019, 2021, 2022 e 2023, mais esta agora, gravíssima, no joelho), seja pelo “cai-cai” que lhe rendeu má fama.
Como diz uma figurinha dessas que circulam no citado aplicativo, “é triste, mas é verdade” para quem gostaria que o Brasil fosse o dono do melhor jogador do mundo.
Messi, hoje no reino do futebol, permanece no trono, ao lado da rainha bola. Neymar, nesse reino, chega a visconde, no máximo a conde.
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