Emily Hand, a menina israelense-irlandesa de 9 anos libertada no sábado (25) pela organização terrorista Hamas, após passar 50 dias como refém na Faixa de Gaza, tem medo de fazer barulho e agora apenas “sussurra” ao falar, declarou seu pai, Tom Hand, em entrevista ao jornal britânico The Sun.
“Quando retornou, eu tive que aproximar meu ouvido dos lábios dela para ouvir o que dizia”, afirmou o pai.
“Ela era uma criança normal, feliz e barulhenta, mas agora ela sussurra. Ela movimentava os lábios sem nenhum volume ou mesmo ar saindo. […] Devem ter ordenado que ficasse em silêncio durante todo o tempo e ainda tem medo de fazer barulho”, acrescentou.
“Ela se acostumou a falar assim nos últimos 50 dias e agora acho que não consegue parar”, disse o pai, que prometeu fazer “o que for necessário” para ajudar na recuperação da menina.
Emily, que completou 9 anos em 17 de novembro, quando ainda estava sob o poder do Hamas, foi sequestrada em 7 de outubro no kibutz Be’eri enquanto dormia na casa de uma amiga, Hila, de 13 anos, que também foi liberada no sábado.
Emily, que perdeu a mãe para o câncer quando tinha apenas 2 anos, foi considerada morta em um primeiro momento, antes da confirmação de que estava entre os reféns do Hamas.
Na entrevista ao The Sun, o pai afirma que os terroristas a transferiram diversas vezes de cativeiro para escapar do Exército israelense.
A trégua entre Israel e o Hamas entrou no sexto dia nesta quarta-feira (29), e uma nova troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos é aguardada.
Desde a última sexta-feira (24), o Hamas liberta a cada dia uma dezena de mulheres e crianças sequestradas no ataque de 7 de outubro em Israel, em uma troca por 30 prisioneiros palestinos.
O acordo de trégua, com mediação do Catar e negociado com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, já permitiu a libertação de 60 reféns israelenses e de 180 prisioneiros palestinos.
As autoridades israelenses afirmam que 240 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza nos ataques terroristas sem precedentes do movimento islamita palestino em 7 de outubro, que deixaram 1.200 mortos em Israel, em sua grande maioria civis.
Em represália, Israel prometeu “aniquilar” o Hamas e iniciou uma intensa ação militar na Faixa de Gaza, que só parou com a trégua a partir de 24 de novembro.