Portugal aposta em facilitar a mobilidade laboral alargando sua colaboração com nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp.
Parcerias em curso com Moçambique e Timor-Leste já identificam áreas essenciais para o que pode ser um modelo para gerir migrações e mobilidade laboral, segundo a ministra portuguesa do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Circulação de talento
Ana Mendes Godinho disse haver agora uma grande mobilidade entre os países e a oportunidade de circulação de talentos que considera “o maior ativo dos países de língua portuguesa”.
“Aquilo que nós procuramos fazer cada vez mais é garantir que haja uma ligação entre as ofertas que existem por parte das empresas e a procura que existe por parte de trabalhadores que escolhem Portugal como um destino para trabalhar. Nós temos procurado e começamos a criar uma rede de adidos só dedicados a estas questões do trabalho e da segurança social junto de países onde sentimos que há procura por Portugal.”
Em 2021, a Cplp adotou um acordo sobre Mobilidade entre os Estados-membros como parte do quadro de cooperação.
A ministra defende que os beneficiários da iniciativa portuguesa, mesmo sendo cidadãos de fora do bloco lusófono, tenham dados corretos antes da partida para uma realidade onde as empresas buscam força laboral em diversas áreas.
Evitar redes de exploração
“Temos neste momento adidos em Cabo Verde e uma adida aqui nos Estados Unidos procurando fazer também essa ponte de uma forma mais próxima, dando informação às pessoas que querem trabalhar em Portugal a partir do seu país de origem para que sua mobilidade se faça de uma forma acompanhada, e que não sejam depois apanhados em redes de exploração por estarem desprotegidos.”
Setores em alta demanda de Trabalho em Portugal incluem tecnologia, turismo, economia do cuidado e ramos industriais.
A ministra defende uma maior capacidade na Cplp de impulsionar a cooperação com investimento direto na capacitação em áreas de prioridade entre os países de origem e destino de trabalhadores.
Este ano, Cabo Verde ingressou no Acelerador Global das Nações Unidas sobre Trabalho e Proteção Social onde contará com apoio técnico e financeiro português.
A iniciativa com € 4 milhões cobrirá 2 mil trabalhadores com ações de cooperação para responder a necessidades em áreas socais, das energias renováveis, economia digital, turismo, metalomecânica e construção civil.