Em 1999, as irmãs Lana e Lilly Wachowski lançaram um dos filmes mais clássicos de ficção científica do cinema: Matrix. Na trama, o programador Thomas ‘Neo’ Anderson (Keanu Reeves) começa a ser perseguido por estranhos hackers até descobrir que vive em um tipo de realidade simulada e que ele é o possível escolhido para salvar o que resta da civilização humana em um mundo distópico.
É importante lembrar que os conceitos científicos utilizados no filme não estão, e nem precisam estar, segundo as abordagens reais da ciência. Assim como em qualquer obra de arte, as roteiristas e diretoras tiveram liberdades criativas para criar uma narrativa que ofereça uma boa história.
Afinal, será que é possível que máquinas de inteligência artificial utilizem o corpo humano como bateria? Ou será que é possível aprender Kung-Fu ao fazer o download de um pacote de aprendizado para sua mente?
Conceitos científicos de Matrix
Apesar de a maioria da trama parecer apenas uma ficção científica com representações completamente inventadas, alguns conceitos do filme são baseados em hipóteses científicas e experimentos mentais. A fim de nos aprofundarmos mais na ciência do filme, reuni um texto com informações de cientistas e outros especialistas.
“O conceito não é totalmente implausível. Sugiro que você volte em algumas centenas de anos”, disse o neurocientista da Universidade de Lethbridge (Canadá), Bruce McNaughton, ao explicar que a ideia de aprender Kung-Fu em segundos pode se tornar uma realidade daqui a algumas centenas de anos e após uma avançada revolução tecnológica.
Aprendendo Kung-Fu em segundos
Conforme explica um estudo sobre o tema, o processo de aprendizado do cérebro poderia ser consideravelmente aumentado por meio de uma técnica conhecida como ‘neurofeedback decodificado’. Eles explicam que não seria exatamente como em Matrix, mas seria possível desenvolver uma ferramenta que pudesse realizar alguns dos aspectos apresentados no longa-metragem.
O longa-metragem Matrix representou uma inovação tecnologia na época do seu lançamento, mas quais conceitos apresentados no filme, são de fato reais?Fonte: Getty Images
Por enquanto, os pesquisadores realizaram testes apenas com o aprendizado visual e acreditam que o aprendizado motor, que possibilitaria o aprendizado de Kung-Fu e outros esportes, ainda é um desafio gigantesco. Além disso, não seria tão rápido.
Mais do que os conceitos científicos por trás de Matrix, as mensagens mais importantes que o longa-metragem oferece são questões filosóficas e emocionais.
“Talvez seja possível fazer o sujeito aprender a fazer um movimento melhor do que antes em um ano ou mais usando esta tecnologia”, disse o principal autor do artigo e professor de neurociência na Universidade de Boston, Takeo Watanabe.
Humanos são baterias elétricas?
No filme, é explicado que as máquinas aprisionaram os humanos em um mundo distópico, mas eles não estão apenas aprisionados. Nesse universo, as pessoas servem como baterias e a energia elétrica subtraída delas é utilizada para carregar servidores e manter as máquinas ‘vivas’. Mas será que isso seria possível?
“O corpo humano gera mais bioeletricidade do que uma bateria de 120 volts e mais de 25.000 BTUs de calor corporal. Combinado com uma forma de fusão, as máquinas encontraram toda a energia de que precisariam”, o personagem Morpheus (Laurence Fishburne) explica em um trecho do primeiro título da franquia.
A resposta mais simples é: não. Pode até fazer sentido que o corpo humano produza uma quantidade significativa de energia, mas seria necessário muito mais energia para mantê-lo vivo. Em outras palavras, a energia requerida para produzir alimentos e alimentar os humanos seria superior à energia gerada pelo nosso corpo.
A hipótese da realidade simulada
A hipótese da simulação sugere que, talvez, estejamos vivendo em uma realidade simulada criada por um computador. Em vez de máquinas inteligentes, a teoria aponta que tudo que observamos pode ser gerado em uma simulação meticulosa criada por outra civilização com o uso de avançado da tecnologia.
O filósofo norte-americano Nick Bostrom formulou a hipótese da simulação em 2003. Ele explica que é muito provável que estejamos vivendo em uma simulação, pois, se uma civilização avançada já alcançou uma tecnologia tão poderosa que pode criar simulações indistinguíveis da realidade, ninguém saberia o que é ou não é a realidade de fato.
A hipótese da realidade simulada, parte do pressuposto que vivemos em uma simulação e não estamos conscientes disso.Fonte: Getty Images
De qualquer forma, é importante destacar que se trata de uma hipótese, então não existe nenhum tipo de confirmação. Mas os cientistas que acreditam na teoria tem um ponto: também não podemos provar que não estamos vivendo em uma simulação.
Pulando entre dois prédios
O momento do salto entre dois prédios é uma das cenas mais energizantes do longa-metragem, mas é um fato que você não conseguiria pular tão distante no mundo real. Os cientistas explicam que um humano normal não conseguiria fazer isso, mas isso poderia mudar se existisse alguém que corresse extremamente rápido.
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Para realizar um salto de aproximadamente 25 metros de distância em cerca de 0,6 segundos, como no filme, um humano precisaria correr a cerca de 150 quilômetros por hora — nem mesmo o medalhista olímpico Usain Bolt conseguiria esse feito.
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