As martechs são startups que aplicam soluções e recursos tecnológicos ao marketing. Como dá para notar, o conceito vem da junção das palavras “marketing” e “technology”, diferenciando essa categoria de agências de marketing digital comuns.
Mas o que muda na prática? Essas empresas aproveitam dados, inteligência artificial e machine learning para ampliar ou otimizar o desempenho de campanhas e estratégias.
As vantagens das martechs
As martechs reúnem ferramentas e softwares para automação, funil de vendas, integração com CRM (que une sistemas para sincronizar dados e compartilhá-los), data-driven, inteligência artificial (IA) e até blockchain.
Na prática, os instrumentos são os mesmos usados pelas agências de marketing digital. O diferencial, porém, está no uso especializado de soluções como Google Analytics, Google Data Studio, Salesforce, SEMRush, HubSpot, RD Station e outras.
Assim as vantagens dessas empresas podem se traduzir em:
- redução de custos
- aumento de alcance de conteúdo
- melhoria na produtividade
- tomadas de decisão mais precisas
- melhora do engajamento e conversão
- otimização de tarefas mais complexas ou criativas
- melhoria do relacionamento omnichannel com clientes.
Foi-se o tempo em que o marketing era massificado e muito mais custoso.
“Com propagandas massificadas, a criatividade dos profissionais era central para gerar empatia e uma conexão emocional com a marca. Por isso, é comum lembrarmos com nostalgia de um comercial de nossa infância. Entretanto, esse processo se mostrou pouco preciso, caro e lento: uma oportunidade perfeita para o surgimento de novas soluções”, explicou Julia Benavides, Data Miner da Distrito, em relatório.
Tecnologia e marketing no Brasil
Dados compilados em 2019 pela Distrito, firma de inteligência de mercado, apontavam 475 martechs brasileiras. Ou seja, há equilíbrio entre diferentes frentes de atuação, como anúncios e promoção; comércio e vendas; conteúdo e experiência; social e relacionamentos (saca só a imagem abaixo). A Rock Content, RD Station, a Contentools e Dino estão dentre as mais famosas no Brasil.
As firmas do setor nacional, contudo, são restritas geograficamente: 64,2% ficam na região Sudeste, segundo a Distrito. A maioria de seus sócios nasceu no estado de São Paulo e tem idades entre 26 e 45. Elas também exibem um grande desequilíbrio de gênero, sendo cinco homens para cada mulher.
A pesquisa ‘Distrito AdTech & MarTech Report’ mostrou em quais setores as martechs e adtechs focam.Fonte: Distrito/Reprodução
Tendências do mercado global de martechs
Segundo dados da IMARC Group, empresa de pesquisa de mercado, o setor global de martechs foi avaliado em US$ 338 bilhões em 2022. A tendência é de que ele exiba Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR) de 22,2% entre 2023-2028.
Isso será decorrente da “crescente demanda por ferramentas de gerenciamento de mídia social, do emprego de chatbots e a necessidade de obter uma visão holística dos esforços de marketing”, prevê a IMARC Group.
Os profissionais precisam ser especializados para operar as ferramentas de automação nas martechs, além de ter uma boa capacidade analítica.
O aumento da digitalização nos últimos anos, devido à pandemia, impulsionou o interesse por tecnologias de marketing – em especial mensuração e geração de conteúdo para multiplataformas e criação de autobots ou assistentes automatizados.
- Agora, o boom da inteligência artificial generativa deve pesar nesse mercado com chatbots e geradores de imagens.
A capacidade de lidar com esse tipo de ferramenta deve impactar em especial a criação de campanhas, interação com usuários/clientes e soluções de marketing de conteúdo. Assim será preciso as martechs entenderem os limites de uso dessas tecnologias, criando diretrizes para trabalhos que as envolvem.
*Este é um conteúdo exclusivo do The BRIEF, newsletter de tecnologia, negócios e comportamento, para o meu irmão TecMundo. Informação rápida e diária em sua caixa de entrada, inscreva-se aí!