Já pensou a Premier League (a divisão de elite da Inglaterra) sem o Manchester City, o atual tetracampeão do mais badalado campeonato nacional do planeta?
Pois essa é uma possibilidade real, e pode acontecer no curto prazo.
Não pelo desempenho em campo, já que o time comandado por Pep Guardiola é de primeiríssimo nível –com jogadores como Ederson, Walker, Rodri, De Bruyne, Foden e Haaland–, mas pelo que os tribunais podem determinar.
O Man City, que desde 2008 é de propriedade do Abu Dhabi United Group, dos Emirados Árabes Unidos, é acusado de cometer 115 violações das regras do “fair play financeiro” da Premier League.
Isso significa burlar normas que os clubes devem seguir relacionadas às suas movimentações monetárias.
Entre as acusações estão inflar receitas de patrocínio, disfarçar a verdadeira fonte de financiamento e não divulgar com exatidão as informações financeiras.
O clube será julgado a partir de setembro pela Premier League, por irregularidades cometidas de 2009 a 2018, em um processo de oitivas e exibição de provas que durará cerca de dois meses e meio.
Nos bastidores, conforme publicou o diário londrino Daily Mail, fala-se que a punição ao Man City será severa, o que resultaria em sua queda para a Championship, a segunda divisão. O clube está na elite desde a temporada 2002/2003.
Até o seu controle passar para as mãos do grupo dos Emirados, que iniciou forte injeção de dinheiro, o Man City, fundado em 1880, era um clube mediano, tendo vencido dois Campeonatos Ingleses (1937 e 1968). Depois, ganhou oito.
Na condição de anonimato, um executivo da Premier League afirmou que a punição ao clube pode ser uma dedução de pontos –de 70 a 80– que torne impossível a permanência na primeira divisão. Caso aconteça, o Man City disputaria a Segundona em 2025/2026.
O clube sempre negou que tenha descumprido regras do “fair play financeiro” e apresentará seus argumentos no julgamento, buscando a absolvição. Outra sanção possível é a aplicação de multa de milhões de libras.
Em 2020, o Man City chegou a ser punido pela Uefa (a entidade máxima do futebol europeu), por movimentações financeiras irregulares, com a exclusão de suas competições pelo período de dois anos, mais multa de cerca de 30 milhões de euros (R$ 185 milhões pelo câmbio atual).
A pena esportiva não foi efetivada porque o clube recorreu à Corte de Arbitragem do Esporte e saiu vitorioso.
Se impor ao City a perda de 70 a 80 pontos parece exagerado –a punição máxima aplicada na Inglaterra é de 30 pontos, ao Luton Town, em 2008/2009, quando o time estava na terceira divisão–, é crível que uma dedução menor seja imposta.
Na temporada passada, o Everton, segunda força da cidade de Liverpool, por burlar as regras de rentabilidade e sustentabilidade da Premier League, perdeu 8 pontos, e o Nottingham Forest, 4 pontos por gastar mais que a sua capacidade permitia.
Os dois clubes, o Everton com menos dificuldade e o Forest com algum sofrimento, conseguiram escapar do rebaixamento.
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