Eliaide, mãe de Catiuscia Machado, de 43 anos, brasileira encontrada morta na Austrália no último fim de semana, falou em entrevista à Record. Ela contou detalhes sobre a relação da filha com o namorado, Diogo de Oliveira, preso por suspeita de ter cometido o crime, e como recebeu a notícia da morte.
Catiuscia vivia em Sidney com o namorado desde março deste ano e mantinha contato diário com a mãe por mensagens de texto e por chamadas. Foi justamente esse hábito que fez Eliaide suspeitar que algo estava errado.
“Eu tentei telefonar para ela, mandei várias mensagens e tentei puxar assunto. Ela estava online, mas não me respondia. Depois de um tempo, ela falou: ‘Mãe, estou aqui no aeroporto. Nós estamos indo para a Tailândia”, lembra Eliaide.
A filha disse que Diogo teve algum problema no momento do embarque, mas a mãe não entendeu a mensagem. Ela estaria antecipando a viagem que estava sendo planejada para o fim do ano. Os planos eram passar o aniversário da brasileira no país asiático no fim do ano.
Na segunda-feira (27), dois dias após o último contato entre as duas, a mãe recebeu uma ligação de uma pessoa que falava inglês e precisou da ajuda de um filho para saber o que estava acontecendo.
“Catiuscia foi encontrada sem vida dentro da banheira, com gelo no corpo dela”, disse a polícia australiana por telefone à família.
Assassinato e crime anterior
A mãe conta que as autoridades da Austrália informaram que a filha morreu após levar um soco e bater a cabeça ao cair. Quando o corpo foi encontrado, estava em uma banheira cheia de gelo.
“Eu não sei qual foi a intenção dele de botar gelo no corpo. Eu penso que a intenção dele era fugir”, afirma a mãe.
Eliaide soube por meio de uma amiga de Catiuscia que ela queria terminar com o namorado havia cerca de três semanas. Diogo estaria bebendo demais e “atrapalhando a vida dela”.
“Eu não entendi por que ela não tomou a atitude de vir embora, já que fazia três semanas que ela não estava suportando a situação”, tenta entender a mãe.
Eliaide conta que Diogo conseguiu o visto para os EUA recentemente e que a filha não pretendia ir junto com ele. Ela queria terminar o curso que estava fazendo e estava satisfeita com o emprego. A brasileira era psicopedagoga e dava aulas para crianças com deficiência.
“Ela me passava que tinha uma vida feliz. Eu não tinha motivo para dizer: ‘Poxa! Ela está sofrendo'”, conta a mãe, que acredita que a decisão da filha de não ir junto com o namorado e ficar na Austrália tenha sido motivo para brigas.
Segundo Eliaide, o namorado da filha está respondendo a um processo da Lei Maria da Penha de um relacionamento antes da mudança de país, mas não sabe detalhes do caso. Diogo teria ficado um mês preso, após vizinhos chamarem a polícia por causa de uma briga com a ex-companheira.
Enterro no Rio Grande do Sul
A família iniciou os trâmites para trazer o corpo de Catiuscia da Austrália, mas o processo depende do andamento da investigação do crime. Ela será enterrada na cidade de Canoa, no Rio Grande do Sul.
“Eu tenho vontade um dia de chegar na cara dele e perguntar por que ele fez isso com a minha filha, que só que deu carinho e amor a ele”, conclui Eliaide.
A mãe da brasileira conta que há 35 anos o filho mais velho morreu. “Ela é mais uma cicatriz, que só Deus para cicatrizar”, afirma.