O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, determinou nesta terça-feira (16) o fechamento dos postos diplomáticos de seu país no Equador. A ordem foi dada após a polícia equatoriana invadir a embaixada mexicana em Quito, onde se refugiava o ex-presidente do país Jorge Glas até ser retirado à força.
“Mandei fechar a nossa embaixada no Equador, fechar o consulado em Quito, fechar o consulado em Guayaquil, e que o pessoal diplomático retorne imediatamente à Venezuela […] até que o direito internacional seja expressamente restaurado no Equador”, afirmou Maduro em seu discurso em uma cúpula virtual da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).
A operação policial para capturar Glas aconteceu em 5 de abril, quando o México concedeu asilo político ao ex-vice-presidente. O Equador chegou a solicitar autorização para entrar na sede diplomática e detê-lo, mas o governo mexicano negou.
Apesar disso, as forças equatorianas seguiram com a operação. Cerca de 30 países e organizações mundiais e regionais, como a ONU e a OEA (Organização dos Estados Americanos) condenaram a invasão policial equatoriana.
No caso da Venezuela, Maduro exigiu que o Equador entregue Glas ao México e criticou o presidente equatoriano, Daniel Noboa, por defender a operação. “As declarações que Noboa deu são, mais do que um ato de provocação contra o México, um ato de provocação contra o direito internacional e um desprezo absoluto por todo o marco jurídico.”
Glas refugiou-se na embaixada mexicana do Equador em 17 de dezembro de 2023, antes de o tribunal lhe emitir uma ordem de prisão por acusações de corrupção durante o seu encargo de braço direito do ex-presidente Rafael Correa. Para sair do país, entretanto, Glas precisa de um salvo-conduto que Noboa recusa-se a dar.