O presidente da França, Emmanuel Macron, chegou na tarde desta terça-feira (26) a Belém, no Pará, para sua primeira visita ao Brasil.
O francês pousou na base aérea da cidade perto das 16h e seguiu para a Estação das Docas, famoso ponto turístico, onde encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O acesso do público a ambos os locais foi vedado.
Macron chegou ao país para uma visita de três dias, depois de passar pela Guiana Francesa. Ele ficará algumas horas na capital paraense, onde segue com Lula em um barco a caminho da ilha do Combu, uma das maiores da cidade.
Lá, deve visitar uma fábrica de chocolates sustentáveis e conceder o título de cavaleiro da Legião de Honra da França ao cacique Raoni Metuktire, líder dos kayapós que é referência da luta por direitos dos povos indígenas e defensor do meio ambiente.
A comitiva inclui as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, além do governador do Pará, Helder Barbalho.
Após a visita ao Combu, os chefes de Estado seguem para o Rio de Janeiro.
A vinda do presidente francês a Belém envolve um esquema de segurança reforçado, coordenado pela Marinha. Devido ao atentado terrorista ocorrido em Moscou na última sexta-feira (22), a França está em estado de alerta máximo.
Além disso, durante a manhã e o início da tarde, o trânsito na capital paraense foi intenso devido a uma manifestação de servidores da prefeitura que interrompeu o fluxo de veículos em uma das principais vias, a avenida Almirante Barroso. Concentrados em frente à Secretaria Municipal de Administração de Belém, os servidores pediam melhores condições de trabalho.
O objetivo da visita ao Brasil, segundo o governo francês, é que os dois presidentes discutam questões de proteção da biodiversidade, transição ecológica e descarbonização das economias.
Neste ano, o Brasil sediará a cúpula do G20, no Rio de Janeiro, e em 2025 a COP30. A cúpula do clima da ONU está prevista para acontecer em Belém, mas, como a Folha mostrou na semana passada, o governo estuda transferir parte dos eventos para cidades como Rio de Janeiro e São Paulo, onde há maior infraestrutura.
Na última semana, o governo Lula criou uma secretaria extraordinária para coordenar os preparativos do evento.
Após a passagem por Belém, Lula e Macron participarão da inauguração de um submarino em Itaguaí (RJ) na manhã desta quarta-feira (27). Depois, o mandatário francês seguirá para São Paulo, onde deverá fazer parte de um fórum econômico e visitará o Instituto Pasteur.
A programação oficial da visita se encerra na quinta (28), em Brasília, com a assinatura de acordos no Palácio do Planalto, almoço no Itamaraty e recepção no Congresso.