O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou na noite desta quinta-feira (25) que conversou e prestou solidariedade ao primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, que sugeriu deixar o cargo após sua esposa tornar-se alvo de investigações.
Lula usou as suas redes sociais para relatar que disse ao premiê espanhol que a sua liderança é importante “para a Espanha e para o mundo”.
“Conversei hoje com Pedro Sánchez para prestar solidariedade a sua liderança e papel por uma Espanha democrática e cada vez mais justa, próspera e humana. Sua força e papel são importantes para o seu país, para a Europa e para o mundo”, escreveu o presidente, em sua rede social.
Nesta quarta-feira (24), Sánchez havia cancelado compromissos e declarou que iria se afastar “por alguns dias” de suas funções como primeiro-ministro, para decidir se iria permanecer no cargo. Líder do Partido Socialista, ele foi reeleito em novembro do ano passado. Na rede social X, escreveu que precisava “pausar e refletir”.
“Neste momento, eu tenho que perguntar a mim mesmo: vale a pena? Sinceramente, não sei […] se devo continuar liderando o governo ou renunciar a essa honra”, escreveu o primeiro-ministro.
A manifestação aconteceu após a sua esposa, Begoña Gómez, tornar-se alvo de uma investigação por suposta corrupção e tráfico de influência. Segundo reportagem do jornal El Confidencial, os investigadores examinam supostos vínculos dela com empresas privadas que teriam recebido recursos e foram beneficiadas com contratos públicos com o governo.
Sánchez disse que sua esposa é inocente e que vai cooperar com as investigações. E acrescentou que o casal vem sendo alvo de ataques. Já nesta quinta, o Ministério Público espanhol pediu o arquivamento da denúncia contra a primeira-dama.
Lula vem mantendo um contato próximo com o primeiro-ministro espanhol. Sánchez esteve no Brasil em março, para uma agenda focada em economia e investimentos no Brasil. A Espanha é o segundo maior investidor no país, com negócios nos setores bancário, telefônico e de infraestrutura, entre outros.
Sánchez também desenhou na ocasião um roteiro para só se encontrar com líderes com quem mantém alguma identificação ideológica. Além do Brasil, ele foi ao Chile para se encontrar com o presidente progressista Gabriel Boric.
Na terça-feira (23), durante café da manhã com jornalistas, Lula disse que pretende realizar uma reunião entre “presidentes democratas” para discutir como enfrentar o crescimento da ultradireita. Participariam, segundo ele, líderes como o francês Emmanuel Macron e o espanhol Pedro Sánchez
“Os setores de esquerda, progressistas, os setores democratas têm que se organizar. Eu falei com Pedro Sánchez, falei com Macron, estou tentando ver se a gente consegue fazer uma reunião com os chamados presidentes democratas por ocasião da Assembleia-Geral das Nações Unidas para a gente definir uma estratégia de como vamos, a nível internacional, enfrentar o crescimento da extrema direita e seus matizes”, afirmou Lula.