O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou nesta quarta-feira por um cessar-fogo humanitário imediato no Oriente Médio para aliviar o “sofrimento humano épico” no conflito entre Israel e Gaza.
Falando de Pequim, na China, Guterres disse que um cessar-fogo “proporcionaria tempo e espaço suficientes” para concretizar dois apelos essenciais que fez desde o início da semana: ao Hamas, pela “libertação imediata e incondicional dos reféns detidos em Gaza”, e a Israel, para permitir que a ajuda entre imediatamente na área sitiada em meio a uma “crise humanitária devastadora.”
“O destino de toda a região está em jogo”
O chefe das Nações Unidas disse que “muitas vidas e o destino de toda a região estão em jogo.”
Na terça-feira, o líder da ONU disse estar “horrorizado com a morte de centenas de civis palestinos” no episódio trágico.
Ele condenou veementemente a destruição do local, sublinhando que os hospitais e todo o pessoal médico estão protegidos pelo direito internacional.
Segundo agências de notícias, ambos os lados se culparam mutuamente, com as autoridades de facto de Gaza acusando militares israelenses, que por sua vez responsabilizaram foguetes lançados pelo Hamas contra Israel que falharam.
O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta quarta-feira em Nova Iorque para discutir a crise, em meio as crescentes tensões na sequência da explosão mortal no hospital.
Ajuda presa na fronteira
Os caminhões que transportam ajuda vital permaneceram em uma fila na passagem de Rafah, entre Gaza e o Egito. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, Tedros Ghebreyesus, lamentou que os suprimentos da agência tenham ficado “presos” na fronteira durante quatro dias.
A OMS disse na terça-feira que dos 35 hospitais locais, quatro não estão funcionando “devido a graves danos e ataques”. Apenas oito dos 22 centros de cuidados de saúde primários geridos pela Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos, Unrwa, estão parcialmente funcionais.
Negociações diplomáticas
Os esforços diplomáticos de altos funcionários da ONU em favor do acesso humanitário continuam na região. O chefe de ajuda humanitária da organização, Martin Griffiths está na capital do Egito. O secretário-geral chegará ao país árabe na quinta-feira.
Griffiths afirmou na quarta-feira que fornecer ajuda ao povo de Gaza é “uma questão de vida ou morte”. Ele disse que “fazer isso de maneira sustentada, desimpedida e previsível” é um “imperativo humanitário”.
Alimentos, água, medicamentos essenciais e suprimentos de saúde estão acabando rapidamente em Gaza, onde mais de um quarto da população foi deslocada desde o início do conflito.
Guterres sublinhou que a ajuda é extremamente necessária para responder às “necessidades mais básicas” do povo de Gaza, cuja “esmagadora maioria” são mulheres e crianças.
*Novos desdobramentos serão adicionados ao longo do dia