Os primeiros dois jogos da seleção brasileira nas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, cartão de visitas do treinador interino Fernando Diniz, serviram para mostrar quem largou bem e quem largou mal, entre os atletas, na caminhada rumo à competição, que será nos EUA, no Canadá e no México.
Um dos vitoriosos, passadas as vitórias em casa contra a Bolívia (5 a 1, fácil) e fora contra o Peru (1 a 0, difícil, com gol só no fim do segundo tempo), é o goleiro Ederson.
O campeão europeu com o Manchester City, que criou fama de saber jogar bem também com os pés, atuou nas duas partidas, deixando na reserva Alisson, do Liverpool, titular do Brasil nas Copas do Mundo de 2018 e 2022, que, em revés pessoal, perdeu a posição.
No setor defensivo, o zagueiro Gabriel Magalhães (Arsenal), que esteve cotado para ir ao Mundial do Qatar mas acabou preterido por Tite, e o lateral esquerdo Renan Lodi (Olympique de Marselha) são os grandes vencedores.
Magalhães, apesar de ter tomado uma bola nas costas que resultou no solitário gol da Bolívia, teve a titularidade nos dois jogos, tanto em Belém como em Lima, relegando à reserva os concorrentes Ibañez e Nino, mesmo este último sendo homem de confiança de Diniz, que o treina no Fluminense.
O mesmo aconteceu com Lodi, que perdeu espaço na seleção desde a final da Copa América de 2021, quando falhou no gol de Di María que deu o título à Argentina em pleno Maracanã.
O técnico interino anterior da seleção, Ramon Menezes, escalara na lateral esquerda em amistosos Alex Telles ou Ayrton Lucas, que não foram chamados por Diniz. De volta, Lodi deixou o atual rival na posição, Caio Henrique, no banco nas duas partidas.
No ataque, Raphinha deve ter regressado à Espanha, onde defende o Barcelona, com um largo sorriso. A vitória dele foi tripla.
Primeiro porque nem tinha sido convocado originalmente para enfrentar bolivianos e peruanos. Contou com lesão de Vinicius Junior para ser lembrado por Diniz.
Segundo porque, mesmo fazendo parte do grupo, certamente não começaria jogando, já que na sua posição, atacante pela direita, Antony era a escolha provável. Só que o jogador do Manchester United foi cortado devido a acusação de violência contra uma ex-namorada.
Terceiro porque, caminho aberto, Raphinha aproveitou, marcando um gol e dando uma assistência contra os bolivianos, o que lhe deu crédito para prosseguir titular no jogo seguinte, no qual atuou por 85 minutos.
Pelas atuações, a quadra que se destacou certamente estará na próxima convocação –o Brasil volta a jogar em outubro contra Venezuela e Uruguai–, e Ederson, Magalhães e Lodi com altíssima probabilidade de continuarem entre os 11 que começam jogando.
Desses três, o único no cenário atual que corre risco de perder espaço a médio prazo é o zagueiro, isso quando Éder Militão, que teve contusão grave, voltar a jogar, já que o outro beque titular da seleção, Marquinhos, é incontestável.
Em relação a Raphinha, Vini Jr. deve regressar aos gramados nas próximas semanas e a tendência é Diniz não só convocá-lo como escalá-lo, ocupando uma das três vagas no ataque.
Rodrygo iria para a direita (atuou na esquerda contra Bolívia e Peru), com Vini Jr. no flanco esquerdo e Richarlison centralizado.
Raphinha, entretanto, pode ser beneficiado devido à tenebrosa fase de Richarlison, que está mal em seu clube (Tottenham) e não conseguiu balançar as redes nos jogos das Eliminatórias.
Aliás, até conseguiu, em Lima, mas o gol foi anulado pelo VAR (árbitro assistente de vídeo) devido a impedimento milimétrico.
Nesse caso, com Richarlison fora, Diniz pode colocar Rodrygo como centroavante e manter Raphinha no time.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.