Rede social indiana que ficou conhecida no Brasil após a compra do X (então Twitter) pelo bilionário Elon Musk disse que seu decidiu encerrar suas operações por conta de ‘um ambiente de financiamento ruim’. Rede social Koo anuncia encerramento de operações
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O Koo vai deixar de funcionar. A rede social indiana, que ficou conhecida no Brasil após a compra do X (então Twitter) pelo bilionário Elon Musk, anunciou que vai encerrar suas operações em todo o mundo nesta quarta-feira (3).
A empresa afirmou que seu encerramento aconteceu “devido a um ambiente de financiamento ruim” e agradeceu aos brasileiros: “Nós amamos vocês”.
“Não se preocupe. Sempre teremos boas lembranças um do outro. Interagir com sua positividade, por mais curta que tenha sido, foi um romance que sempre valorizaremos”, disse o Koo, em comunicado no X.
Em seu site, o Koo afirmou que recebeu mais de 60 milhões de downloads e tinha cerca de 8 mil perfis VIPs, voltados para influenciadores, e 100 contas de veículos de comunicação.
“Infelizmente, administrar uma rede social envolve gastos pesados por alguns anos antes que ela se torne lucrativa. Nós também precisávamos de mais tempo para chegar lá”, disse a empresa.
“Temos procurado arrecadar fundos nos últimos dois anos, mas o mercado de financiamento azedou, não apenas para Koo, mas para milhares de startups por aí. Tornando muito difícil continuar executando as operações”.
A plataforma foi lançada em 2020, mas chamou a atenção de brasileiros em novembro de 2022. Na época, muitas pessoas buscavam alternativas ao Twitter por entenderem que, sob o comando de Elon Musk, a moderação de conteúdo seria afrouxada.
Por ter uma proposta parecida e um trocadilho involuntário em sua marca, o Koo ganhou a simpatia de usuários no Brasil: em uma semana, o aplicativo da rede social foi baixado por 2 milhões de pessoas no país.
Polêmicas na Índia
Na Índia, a plataforma foi cercada de controvérsias e chegou a ser acusada de promover campanhas do governo e de não agir de forma adequada contra discurso de ódio, em meio a uma batalha entre o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o Twitter.
Modi determinou que o Twitter bloqueasse contas de agricultores contrários às medidas do governo. A rede social chegou a atender a ordem, mas voltou atrás por entender que se tratava de “justificativa insuficiente”, iniciando um embate entre o governo e a empresa.
Insatisfeitos com as medidas do Twitter, integrantes do governo Modi e celebridades de extrema-direita migraram em peso para o Koo e, com eles, outros milhões de seguidores indianos.
A divisão religiosa no país, muitas vezes cercada por tensão, ampliou o discurso de ódio no Koo, mas também em outras redes, como o Facebook. O Koo é acusado de promover propagandas do governo e de não combater eficientemente o discurso de ódio contra muçulmanos.
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Divulgação/Reuters
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